Em um cenário onde pontos turísticos tradicionais como o Cristo Redentor e Pão de Açúcar voltam a receber o público no Rio de Janeiro, o estado ensaia também as primeiras experiências na promoção de eventos corporativos. Desde o dia 10 de agosto, a capital fluminense liberou a organização de feiras, congressos, workshops, entre outros, dando aval aos players a se movimentarem para a reconquista da confiança do público em meio a pandemia da Covid-19.
O movimento é visto com otimismo pela Associação de Marketing Promocional (Ampro). “Está ficando claro que, independente de uma vacina ou outra forma definitiva de proteção ao Covid-19, devemos aprender a conviver com o vírus e os consequentes protocolos. Desde o início da quarentena, frequentamos supermercados, farmácias e lugares de primeira necessidade. Agora, estamos frequentando shopping centers, restaurantes e outros tipos de estabelecimentos. Vemos com muito bons olhos a reabertura gradual de espaços culturais, de entretenimento e de eventos”, avalia Alexis Pagliarini, presidente executivo da entidade.
Apesar da liberação recente, já há movimentações no sentido de encontrar formatos seguros e atrativos, sobretudo, na capital. Ainda que no modelo phygital, ou seja, combinando a experiência presencial e na internet, alguns formatos já estão previstos para este ano, como o Rio Montreux Jazz Festival. O evento está marcado para outubro, no hotel Fairmont, em Copacabana.
Organizado pela Dream Factory, o festival poderá ser acompanhado pelos hóspedes, ou ainda, ao vivo e de forma gratuita via live na internet, como explica Duda Magalhães, presidente da Dream Factory. “Teremos presencialmente um público de 200 pessoas por dia, além da transmissão de todos os shows ao vivo. A Mastercard renovou o patrocínio também para este ano, acreditou na proposta. O Fairmont é um super hotel de luxo, que já recebeu nomes como Frank Sinatra. Construiremos um palco sob a piscina, e as varandas dos quartos funcionarão como camarotes. Essa combinação phygital nos dará alcance muito maior que as 5 mil pessoas que tínhamos antes”, destaca.
O executivo ressalta que por enquanto, o momento inspira cuidados, mas o médio e longo prazo prometem ser de otimismo. “O mercado de eventos está acontecendo. Os players foram capazes de mostrar segurança para as autoridades e para o público de que é possível ter entretenimento presencial com segurança”, avalia.
Pagliarini concorda com o colega, e destaca que o bom senso e responsabilidade têm orientado os protocolos do setor. “Essa convivência com o vírus, gradual e cuidadosa, pautada pelo respeito a protocolos, é necessária para a retomada de um setor muito importante para a economia e para a recuperação de empregos. Estamos entrando numa fase de flexibilização com responsabilidade. Esperamos que os governantes e os gestores de marcas encarem a volta dos eventos com naturalidade, à medida em que os números da pandemia apontem um caminho de uma situação sob controle”.
Traçando uma perspetiva futura, Magalhães vê dois cenários: “vejo um curto prazo ainda desafiador, mas um longo prazo absolutamente otimista como nunca vi em 22 anos de carreira. Devido a valorização do presencial, quando ficamos privados de se aglomerar, privados da emoção do ao vivo, essa escassez nos fez dar mais valor ao contato pessoal. O ser humano tem necessidade básica vital de se relacionar presencialmente. À medida que tivermos condições de segurança sanitárias, em algum momento do meio do ano que vem, haverá uma demanda muito grande do publico, e por consequência, das marcas de acompanharem isso. Elas querem estar nesse momento de retomada da emoção”.