Em meio a muitas polêmicas devido às dificuldades financeiras e à falência do Estado, a Prefeitura do Rio de Janeiro realizou mais um grandioso Réveillon, que reuniu 2,4 milhões de pessoas para assistir a uma queima de 24 toneladas de fogos, com 17 minutos e duração, e já anuncia novos eventos, como um encontro inédito entre as 13 baterias das escolas de samba do Grupo Especial e os músicos da Orquestra Petrobras Sinfônica, que estava agendado para o último dia 6. Segundo Marcelo Alves, presidente da Riotur, o foco da primeira etapa de seu trabalho à frente da área de turismo da Prefeitura foi em “resultados imediatos”.
Reconhecendo os muitos problemas ao seu redor, Alves decidiu arregaçar as mangas e seguir em frente, mantendo o calendário de eventos da cidade. A decisão se mostrou acertada: este foi o maior Réveillon da história da cidade em volume de turistas, com média de 97% de ocupação dos hotéis, segundo balanço da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro. “Focamos toda a nossa força de comunicação no Brasil, e foi um sucesso também o processo de captação de patrocínios. Mesmo num ano de crise, as marcas entendem o tamanho da festa que é o Réveillon, a audiência, e nos ajudaram na programação, que começou dia 26 de dezembro e foi até o dia 6 de janeiro”.
O Réveillon de Copacabana, que contou com produção da SRCOM, teve o patrocínio do Minc (Ministério da Cultura), SEC (Secretaria Estadual de Cultura), Caixa Econômica Federal, Petrobras, BNDES Giro e Antarctica. O evento contou ainda com o apoio da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) e da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro). A Prefeitura investiu 20% do total de R$ 25 milhões do pacote que foi até o último dia 6, por meio da Riotur. A captação teve o auxílio de leis de incentivo como a Rouanet.
“Nosso foco, nesse calendário ‘De janeiro a janeiro’ que criamos, é investir o menos possível de dinheiro público porque temos capacidade de buscar parcerias: temos acontecimentos de grande audiência não só para marcas como para a cidade. Esses eventos geram empregos e muito impacto econômico. Turismo e entretenimento é a solução da cidade, não mais a vocação. Solução imediata para não depender mais de recursos públicos, que traga mais recursos para serem investidos nas prioridades imediatas da cidade, como segurança, saúde e educação. Há um problema seriíssimo de orçamento em função da baixa arrecadação, e os eventos que realizamos incrementam essa arrecadação, daí o nosso foco, cada vez mais”, afirma Alves.
De acordo com as estimativas da Riotur, a cidade recebeu cerca de 910 mil turistas no período do Réveillon, que movimentaram a economia carioca com R$ 2,3 bilhões. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, apresentou semana passada, no Rio de Janeiro, outros números em um estudo da Fundação Getúlio Vargas, apontando um aumento de 11,4% no total de turistas durante o Réveillon: a cidade recebeu 707 mil turistas, dos quais 93 mil estrangeiros. O impacto global na economia registrado de acordo com o estudo foi de R$ 1,94 bilhão, o que representa crescimento de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
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