Depois de uma reestruturação que durou pouco menos de um ano com o corte de mais de 100 pessoas, a Riot chegou ao seu tamanho ideal e parte para a criação de uma propaganda que faça mais sentido para a sociedade. A afirmação é de Alberto Blanco, que chegou à agência em setembro do ano passado para assumir o posto de CEO da Riot e teve a incumbência de demitir 160 funcionários. Antes de sua chegada, a agência tinha 260 colaboradores.
“Com uma agência mais enxuta, a gente aumenta a rentabilidade e se torna mais competitivo. Estamos agora com 100 funcionários, o que considero um tamanho ideal”, conta Blanco. Ele disse que, com os cortes, pôde remunerar melhor as pessoas que ficaram e, de certa forma, reter os talentos na casa, considerado hoje um dos grandes desafios das agências digitais devido às habilidades muito específicas. Fundada em 2006, a Riot é posicionada como uma das maiores agências digitais independentes do país.
Atualmente, é comum para a Riot participar de concorrências com as principais agências do mercado, que não necessariamente nasceram com o DNA digital. “Hoje, competimos com DM9DDB e muitas outras grandes agências”, exemplifica Blanco. Questionado se considera essa competição ruim para a sua agência, ele diz que não. “Acredito que há espaço para todo mundo e de certa forma isso coloca o nosso trabalho em pé de igualdade. É um movimento de mercado. A comunicação está em transformação.”
No entanto, para ele, as grandes agências vão acabar se desinteressando por contas digitais porque elas não dão margens tão altas como as contas offline. “Campanhas digitais dão muito mais trabalho e as margens de remuneração são bem menores”, afirma Blanco.
Entre as mais recentes e importantes conquistas da Riot estão as contas digitais de duas marcas da Johnson & Johnson no Brasil: Carefree e Listerine, em abril. “Um dos principais fatores que nos ajudou a conquistar essas três contas foi o pensamento inovador que trouxemos para a concorrência, mostrando nossa expertise multiplataformas, sem fronteiras entre os canais, omnichannel.”
Para Blanco, muito mais importante do que o canal, é a proposta da marca para o público. “Temos que fazer uma propaganda mais responsável e que faça sentido para o consumidor. Não existe mais aquela propaganda de uma via só. Hoje o consumidor ganhou voz com as redes sosciais”, disse. Segundo ele, muitas campanhas que eles criam no ambiente digital são desdobradas para outras mídias e por outras agências que têm a conta offline das marcas.
Embora a maioria das marcas ainda sejam mais reativas nas redes sociais, a Riot aposta em ações mais proativas, como a que fez para a Renault e conseguiu persuadir um consumidor a comprar um carro da marca. Em março, um internauta postou na fanpage da montadora que estava em dúvida entre comprar um Renault Sandero ou um similar de outra marca. A equipe da Riot identificou a questão, entrou em contato com o consumidor e o convidou a fazer um test drive em uma concessionária. O resultado é que três dias depois ele retornou à fanpage para contar que havia comprado o modelo da Renault e que estava muito satisfeito.
Também para a Renault, a agência desenvolveu uma ação que tinha o objetivo de impactar os apaixonados pela marca. O vencedor teria direito a uma volta rápida no novo modelo da Renault, ao lado do Cacá Bueno, em Curitiba. A campanha foi considerada um sucesso: ficou dez dias no ar e teve cerca de 3.500 inscritos.