Quando a Rock Comunicação foi lançada, em 2008, a meta dos fundadores era simples: criar uma agência de porte médio, sem a burocracia das grandes companhias de publicidade e sem a limitação de agências pequenas. O objetivo era conquistar clientes e construir uma empresa saudável, que tivesse capital para continuar investindo no negócio.
Ela foi criada após Henrique Sutto, Kito Mansano e Leonardo Prazeres venderem, em 2008, a Samba Comunicação, uma joint venture entre a Banco de Eventos e a DPZ. Cinco anos depois, a agência de live marketing, especializada em eventos, ativações e campanhas de incentivo, viu que ser uma empresa correta e de bons trabalhos não era mesmo suficiente. “Optamos por ter primeiro uma grande empresa. Agora é a hora de sermos uma grande agência”, aponta Sutto, o Alemão, sócio-fundador e diretor de criação da Rock.
Com faturamento de R$ 90 milhões em 2012 e uma equipe de 140 pessoas, a agência já é uma das maiores no segmento below the line, competindo com empresas de grupos internacionais e de holdings nacionais, como Bullet, Banco de Eventos, NewStyle, TV1 e b!ferraz. A Rock atende nove clientes, que respondem por 80% do faturamento da empresa. O restante vem de Jobs pontuais. No ano passado, ela conquistou a conta de incentivos e de promoção da Petrobras e entrou para o pool de agências que atendem o Carrefour. Ela responde ainda pelas contas below the line de Nokia, Liquigas, Bosch, Vivo, Nespresso e de Husquarna, marca sueca de equipamentos para o campo.
Ao crescer, ela diz que mantém o foco em processos simples e na objetividade. A agência não possui o setor de planejamento e a estratégia fica a cargo da criação. “O criativo aqui não fica na bolha. Ele precisa ter senso de negócio, estar perto do cliente e saber como vender sua ideia”, diz Mansano, sócio-fundador e presidente da companhia. A criação tem quatro diretores, que comandam, cada um, uma equipe de cinco a seis profissionais para atender grupos fixos de três clientes cada. A agência também possui áreas de cenografia, vídeos, arte-final e web, para darem suporte à criação. Também há o atendimento e um setor de produção, que planeja como as atividades serão executadas.
A meta deste ano é ganhar espaço dentro dos clientes que ela já atende e alcançar R$ 100 milhões em faturamento. A agência também procura maior reconhecimento no mercado e, para isso, vai começar a disputar festivais. Entre eles está o Cannes Lions em 2014, com os trabalhos que vão colocar na rua ao longo de 2013. “Entendemos que para ser agência líder teremos que ir além do bom trabalho na rua e ir para festivais”, diz Alemão. “Ainda não somos uma agência referência e nós queremos ser a AlmapBBDO do live marketing”, projeta o executivo, referindo-se à agência mais premiada do país.
O novo posicionamento da empresa é uma das mudanças desenhadas após a passagem de Alemão pela Berlin School of Creative Leadership, em 2012. Ele foi o primeiro executivo da indústria brasileira de marketing promocional a cursar o MBA em criatividade da escola, com módulos de estudo na Ásia, nos Estados Unidos e na Europa. “No curso, via a surpresa dos outros participantes com o fato da Rock ser independente, em um mercado onde as agências de live marketing ou pertencem a holdings ou já foram compradas por grandes grupos”, afirma.
Sobre vender a operação, Sutto diz que a agência já foi procurada, mas que ela não busca mais capital. “Não estamos fechados para negociações, mas se for só injeção de dinheiro nós não queremos. Precisamos de conhecimento e de inteligência de negócio”, aponta. Sutto afirma que o momento atual é de mostrar ideias “disruptivas” para seus clientes e deixar o conceito do “trabalho correto” para trás. “Começamos a ficar confortáveis e agora precisamos ser corajosos”, enfatiza.