A Roku chegou no Brasil em janeiro de 2020 com a primeira TV a oferecer o sistema operacional no país e, em setembro do mesmo ano, lançou o Roku Express, dispositivo que transforma TVs em smart TV. Luis Bianchi, diretor de marketing Latam, faz um balanço do período em entrevista ao PROPMARK.
“Foi um ano bem desafiador. A gente tinha feito todo plano para lançar em 2020, como de fato lançamos, chegamos a janeiro de 2020 com nosso primeiro produto, a AOC Roku TV”, relembra o executivo. Bianchi diz que a Roku tem duas linhas diferentes de negócio no Brasil: os devices como o Roku Express e a plataforma de smart tv.
“Apesar de todos os desafios, encerramos 2020 super contentes. A receptividade que tivemos no mercado brasileiro para os dois produtos que lançamos, tanto para Roku TV quanto para o player Roku Express, superaram nossas expectativas, foram excelentes. A Roku TV, em parceria com AOC, além de ter sido um sucesso de vendas, quando olhamos avaliações que tanto a imprensa e principalmente os consumidores deixam nos reviews nos sites de varejo, estão em níveis super altos”, comemora.
Obviamente, a pandemia atrapalhou os planos. “Gerou muita incerteza”, comenta o executivo. “A gente não sabia como ia ficar o volume de vendas. Afetou demais o dólar que subiu muito. Num primeiro momento tivemos que trabalhar diariamente em reavaliar os planos de entrada no Brasil. Por outro lado, teve um aspecto positivo porque a pandemia deixou as pessoas em casa e acabou acelerando fortemente a adoção do streaming pelos brasileiros”, analisa.
Durante o ano, a Black Friday e o Natal foram “fantásticos” para a marca. “Uma demanda absurda pelo nosso produto o que acabou superando nossas expectativas”, diz o diretor.
Algumas características do negócio explicam o sucesso. Entre as áreas de atuação com maior foco, uma delas são as obras disponíveis. “Estamos preocupados em trazer o conteúdo que o consumidor quer assistir e investimos muito nessas parcerias com provedores. No Brasil, temos uma equipe local que cuida desse desenvolvimento de negócio para falar com os parceiros locais. Em janeiro do ano passado, já lançamos com Globoplay, com Looke, com PlayKids, logo em seguida lançamos também com o Telecine. Temos uma equipe ainda maior cuidando dessas parcerias internacionais como Disney+. Somos enfocados em trabalhar juntos a esses provedores de conteúdo para que eles estejam sempre com a gente”, diz Bianchi ressaltando que os players querem estar no Roku, pois o alcance é relevante. “Temos mais de 51 milhões de contas ativas na nossa plataforma […] Esses provedores de conteúdo também precisem estar connosco para garantir uma distribuição”, revela.
O Brasil é o principal mercado na América Latina. “A Roku entrou com os dois pés no país. No mercado de players, em geral, todos são importados. Decidimos investir na fabricação local em Manaus. Estamos investindo no longo prazo. O streaming já é uma realidade por aqui. Acreditamos que a tendência é aumentar. Existe uma estrutura de banda larga que só cresce. Estamos com quase 36 milhões de domicílios com banda larga ao passo que a TV por assinatura vem caindo. No último ano caiu mais ou menos um milhão de assinantes. A Roku vê um potencial gigantesco. A categoria de streaming devices ainda é incipiente no Brasil. Temos essa missão de construir essa categoria”, analisa o diretor.
Outros pontos de destaque são facilidade de uso e custo benefício. “É fácil de usar, intuitivo, é gostoso navegar pelo produto e é algo que é difícil de comunicar, por isso apostamos muito na estratégia de influenciadores. Dar o produto para que as pessoas usem e comentem o que elas acham”, diz o profissional.
Com o slogan de “Streaming para todos” no Brasil, a ideia da empresa é democratizar o acesso. Para isso, a Roku opta por um planejamento de mídia baseado em influenciadores e digital. “Temos uma estratégia de trabalhar próximos com os especialistas, para que eles comecem a criar esse buzz ao redor da Roku e ajudem a gente a construir a imagem que estamos buscando. Nosso consumidor tem que estar conectado, então o digital acaba sendo uma plataforma perfeita para investirmos”, explica.
Em 2021, um dos objetivos é consolidar o sistema operacional da Roku nas smart tvs. Segundo Bianchi, algo que já ocorreu no mercado de laptops e smartphones deve acontecer também com as TVs inteligentes. “Nos notebooks você tem dois sistemas operacionais: iOS ou Windows. Para smartphone, você tem iOS ou Android. Hoje para smart TVs no Brasil você tem uns 15 diferentes. Isso é inviável do ponto de vista de negócio. O mercado deve se consolidar entre duas a três plataformas. Queremos que a Roku seja uma delas. […] Em 2021, queremos consolidar nossa posição no mercado brasileiro”, afirma.
“Ano passado distribuíamos com sete varejistas, mais ou menos. Queremos expandir. Duplicar e talvez triplicar este número”, finaliza o diretor de marketing.