A Santa Transmedia, boutique de produções que possui escritórios em São Paulo, Porto Alegre e Nova York, aposta em um novo modelo de trabalho. Trata-se do “realizadores”, um conceito baseado em reduzir posições para produzir de forma mais leve. Para isso, profissionais multidisciplinares dividem sua atuação entre a direção de cena e tarefas de realização no filme – como direção de fotografia, montagem e direção de arte, por exemplo.
“Na realidade, são diretores realizando o filme da maneira mais objetiva para se chegar num resultado de alto nível, usando equipes bem menores”, explica Bruno Weege, diretor de atendimento da Santa Transmedia. A produtora também conta com os serviços tradicionais.
A ideia surgiu da palavra que os franceses usam para designarem os diretores de cena: “réalisateur”. A expressão funciona perfeitamente para o momento atual do mercado. A grande demanda em função de novas telas e formatos, junto com a necessidade de as marcas comunicarem de maneira mais verdadeira e realista, pede os “realizadores” à frente de alguns projetos.
Weege disse que um dos objetivos é dar conta da crescente demanda filmes e conteúdo para as marcas. “Projetos nos quais o cliente nem sempre consegue ter o investimento ideal, mas precisa manter sua qualidade e, principalmente, produzir com agilidade”, afirma.
Com os “realizadores” exercendo algumas funções fundamentais dentro do processo, que vão além da direção da cena, o processo de produção e pós se tornam extremamente ágeis. “Eles colocam a mão na massa – seja fotografando, fazendo a direção de arte, a montagem, a correção de cor – enfim, estão incluídos no processo de demanda e execução do job do início ao fim”, diz.
Um envolvimento desta forma, explica Weege, permite filmar com equipes reduzidas – possibilitando realizar mais filmes em mais diárias, se favorecendo com a luz natural e trazendo mais verdade na fotografia. Em animação, os “realizadores” emprestam seus talentos para guiar a equipe de perto, criando grande interação entre os artistas e a agência, gerando pré-visualizações que diminuem o espaço para o erro”, destaca.
Este movimento começa na Santa Transmedia com quatro realizadores, sendo duas duplas. Uma delas é “1967”, formada por Leo Coutinho e Jorge Teivelis. Leo é diretor de fotografia e Jorge montador. Juntos realizam filmes orgânicos e emocionantes. Outra dupla é a “Alton”, formada por Tiago Marcondes (ex-AlmapBBDO e Y&R) e Felipe Machado (ex-VetorZero e RoofNY) – um diretor de arte e um artista 3D com foto em animação. “Ternura” e “Bittar” completam o time.
De acordo com o executivo, essa demanda foi criada pelo próprio mercado. “Nós apenas contextualizamos uma forma de suprir a necessidade atual. Com o lançamento em ‘beta’, fizemos pequenos movimentos, comunicando para agências mais próximas a novidade. Rapidamente os ‘realizadores’ foram bem recebidos e já estão na produção dos seus primeiros projetos”, revela.
Vídeo feitos para a Dove Men Care, com o foco no Dia dos Pais, além das animações de seis segundos para a Visa, criado pela AlmapBBDO, são alguns exemplos de produções que foram realizadas por meio desse modelo.