Em uma medida liminar de sustação, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) pediu a suspensão de dois filmes do anunciante Santander. O caso ainda será julgado.
Segundo o órgão, que acatou solicitação feita pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), os filmes divulgados em TV e nas redes sociais depreciavam jornais e bancas, contrariando preceitos do código de conduta que rege o organismo, integrado por anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação.
Os anúncios destacam que “nos últimos anos, mais gente comprava jornal para catar sujeira de bicho de estimação do que para ler” e “ninguém mais compra jornal em banca, todo mundo lê notícia pelo celular”. Veja:
Os anúncios foram criados para apresentar uma recente linha de microcrédito do Santander dedicada a bancas de jornais. O programa estimula a incorporação de novos negócios ao estabelecimento, como serviços de manicure e de chaveiro. Nessa linha, até um terço da dívida contraída pelos jornaleiros pode ser abatida em publicidade do Santander no ponto.
O Santander retirou os trechos das propagandas assim que surgiram críticas, antes mesmo da determinação do Conar, conforme informa o jornal Folha de S. Paulo.
“A divulgação dos vídeos da campanha foi encerrada tão logo o banco foi notificado pelo Conar”, afirmou.
“Era uma desinformação evidente, uma campanha depreciativa aos jornais, tanto na estética como no roteiro. Não entendemos a razão desse ataque ao defender o banco”, disse o presidente da ANJ, Marcelo Rech, ao jornal.
O Conar reitera que ainda deve examinar se a propaganda está de acordo com legislações municipais ao estimular a mudança de perfil comercial das bancas de jornais. “Em São Paulo, 75% do espaço da banca precisa ser destinado à venda de conteúdo editorial”, diz.