São Paulo deve atrair mais locações de trabalhos publicitários, séries para TV e filmagens em geral para a cidade nos próximos anos. Isso porque a Comissão de Cultura da Câmara Municipal da cidade está analisando projeto de lei para a criação da SP Cine – Agência de Cinema da Cidade de São Paulo. A diretora executiva da Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), Sonia Regina Piassa, que apoia a criação da agência, disse que a ideia é fomentar o setor e atrair as produções nacionais e principalmente as estrangeiras para a capital paulista. Segundo ela, cerca de 80% das filmagens estrangeiras acontecem hoje no Rio de Janeiro.
“Hoje, nem 20% das locações acontecem em São Paulo. Algumas ainda vão para Salvador. Queremos pelo menos 50%. É justo, pois São Paulo é muito importante, tem a maior relevância financeira no país, e os estrangeiros precisam das grandes metrópoles. Tudo bem que o Rio tem praias e toda aquela paisagem linda, mas também temos isso nas nossas praias. Guarujá fica a cerca de 80 quilômetros da capital. O nosso problema é o trânsito caótico, que nós vamos resolver com essa agência”, afirmou Sonia.
A diretora executiva da Apro diz que a agência vai facilitar os trâmites para locações e acelerar outros entraves burocráticos. “Se uma produtora precisa fechar a avenida Rebouças, por exemplo, ela vai ser dirigir à agência já com uma carta específica”, exemplificou. Hoje, o que existe em São Paulo é um departamento dentro da Secretaria Municipal de Cultura para atender demandas específicas, mas ainda muito aquém das necessidades do setor. “Queremos uma agência nos moldes da Rio Filmes. Vamos criar uma agência que vai ser autossuficiente. O prefeito Fernando Haddad já declarou o seu apoio”, reforçou Sonia.
A Câmara Municipal de São Paulo sediou na noite de segunda-feira (27) a audiência pública para discutir a criação da SP Cine. Agora, o projeto de lei capitaneado pelo vereador Orlando Silva, do PCdoB (e ex-ministro dos Esportes), segue para a aprovação da Comissão de Cultura da Câmara e posteriormente será apresentado no plenário para votação. “Não houve nenhuma dissidência na audiência. Havia muitos atores, cineastas e diretores e todos foram unânimes”, contou Sonia.