Aos poucos a publicidade começa a voltar às ruas de São Paulo. Após o fim da concorrência, em outubro, de concessão dos relógios de rua e dos abrigos de ônibus para empresas privadas, os consórcios vencedores iniciaram no último dia 26 de dezembro a recuperação do mobiliário urbano da cidade. Em troca, eles poderão explorar publicidade nesses pontos. 

O primeiro ponto de ônibus foi instalado na última quinta-feira do ano, em frente ao Theatro Municipal, na região central da cidade. O consórcio responsável é o Pra São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht Transport, Kalítera Engenharia, Rádio e Televisão Bandeirantes (MG) e APMR Investimentos e Participações. A capital paulista possui 5 mil paradas de ônibus e as empresas devem instalar um total de 6,5 mil e cerca de 12,5 mil totens. O cronograma de implantação ainda segue indefinido e será estruturado com a SPTrans. O investimento previsto é de R$ 540 milhões. 

O modelo do primeiro abrigo é o “high tech”, com telas touch screen. Ao todo são quatro desenhos projetados pelo designer Guto Índio da Costa, que se adaptam a características da cidade. O “abrigo brutalista”, por exemplo, será para áreas degradadas e próximas a viadutos e pontes. Há ainda os modelos “minimalista com ginga” e o “caos estruturado”, vidros e pilares desordenados, para privilegiar a visualização do patrimônio arquitetônico da cidade. 

Na mesma semana, teve início a primeira etapa para a recuperação dos relógios de rua, com a remoção dos aparelhos antigos. O consórcio responsável, A Hora de São Paulo, está retirando dez aparelhos por dia, em parceria com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Ela terá até o fim de janeiro para remover os 296 relógios existentes na cidade e, no final do mês, inicia a instalação dos novos modelos. A empresa terá 14 meses para implantar um total de mil relógios, sendo 100 na região central e 150 em cada uma das demais quatro zonas da capital. O investimento estimado é de R$ 146 milhões. 

De acordo com a Secretaria de Obras da Prefeitura de São Paulo, responsável pelo mobiliário urbano, a comercialização de publicidade ainda não foi iniciada. A venda começará em janeiro e é dessa forma que as empresas irão rentabilizar o investimento. 

A exploração da publicidade nos abrigos e relógios (a publicidade nos totens é proibida) foi autorizada por meio da Lei Nº 15.465, de 2011, como segunda etapa da Lei Cidade Limpa, que eliminou a poluição visual da cidade de São Paulo em 2007.  Em contrapartida, toda a manutenção dos abrigos existentes, dos abrigos que serão instalados e dos novos relógios será de responsabilidade dos consórcios vencedores das licitações, sem custos para a prefeitura.