Ex-VP de marketing da Mastercard, Sarah Buchwitz fala dos planos da empresa para se tornar um ecossistema de mídia  

Não é de hoje que o Flow, um dos principais podcasts do Brasil, vem anunciando novidades. Novidades essas que fazem parte de um projeto mais amplo de estruturação.

De 2022 para cá, por exemplo, foram apresentados uma vertical de negócios – a Flow S.A., modelo dedicado ao mundo corporativo –, e uma de conteúdo jornalístico, o Flow News.

A mais recente das novidades foi a mudança para o Grupo Flow, tendo como um dos objetivos a formação de um ecossistema de mídia. Apesar da reestruturação, as verticais Flow Games, Flow News, Flow Sport Club e Flow S.A. permanecem parte do Grupo.

Para liderar essa jornada, o Grupo Flow trouxe Sarah Buchwitz, até então VP de marketing da Mastercard, para a cadeira de CEO. Em entrevista ao propmark, a executiva contou que a ideia de um ecossistema de mídia mostra ao mercado a expansão da empresa.

Sarah Buchwitz: de VP de marketing da Mastercard a CEO do Grupo Flow (Fotos: Divulgação)

"Essa expansão passa pela criação de novos formatos e produtos, incorporando o Grupo Flow de forma ainda mais ampla e diversa, com reality shows, soluções para criadores, e a evolução do legado criado", afirmou.

O Grupo Flow se estruturou em dois novos pilares: novos conteúdos e formatos, que terá a missão de descobrir nichos a fim de ampliar os projetos; e a aproximação com marcas, que vai explorar novos formatos de publicidade, unindo o anunciante a criação de conteúdo.

Para Sarah, com a ampliação de novos conteúdos e formatos, a tendência é que o Grupo Flow possa expandir não apenas como criadores, mas também como provedores - abraçando soluções desenvolvidas pelo braço de tecnologia da empresa, a Flow Tech, ou produções audiovisuais dedicadas, produzidas pelo Flow Labs.

"Nossa visão é de expansão, modelando novos formatos para publicidade, e mostrando que a comunidade faz parte do nosso DNA", disse.

Caso Monark
O Grupo Flow vem passando por uma série de mudanças em sua estrutura, após um 2022 onde a empresa se viu envolvida em polêmicas. Na principal delas, o então integrante Monark defendeu a existência de um partido nazista no Brasil.

À época, Monark disse "acho que tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", "dentro da [liberdade de] expressão a gente que liberar tudo" e "se o cara quiser ser um anti-judeu eu acho que ele tinha o direito de ser".

Sarah Buchwitz, Andre Gaigher e Igor Coelho 

A repercussão nas redes sociais foi imediata, figurando nos Trendings Topics, culminando na demissão de Monark.

Andre Gaigher, CCO do Grupo Flow, garantiu que a 'crise foi superada', e a empresa se manteve firme ao 'propósito de transparência, diálogo e pluralidade'.

"O cancelamento foi um período muito difícil em que as pessoas e equipes da empresa se sentiram atacadas, injustiçadas", falou. "Como lições aprendidas podemos destacar a aproximação mais humana em relação às marcas e nossos parceiros estratégicos, aprendemos também que nossa neutralidade política é uma fortaleza", finalizou Gaigher.