Markus Payer, vice-presidente de comunicações da SESNum momento em que se fala tanto de tecnologias que tornam o mundo um lugar cada vez mais digital, pouco se fala do mercado de satélites, setor responsável por oferecer a possibilidade de aumentar a velocidade da internet ou assistir televisão em altas qualidades de definição. Um mercado fundamental para criar as condições necessárias para boa parte dos avanços tecnológicos que chegam aos consumidores e movimenta, aproximadamente, US$ 195 bilhões por ano.

“Nosso produto é mais do que um satélite. É conectividade”, afirma Markus Payer, vice-presidente de comunicações da SES, empresa sediada em Luxemburgo que é a líder global do mercado. A companhia possui mais de 50 satélites em órbita no espaço e tem capacidade de enviar sinal para mais de 99% da população mundial. No Brasil, por exemplo, os telespectadores dos canais ESPN e Oi TV assistem à programação por meio de sinais que partem dos equipamentos da empresa. Também figuram na lista de clientes da SES a BBC, do Reino Unido, e a British Telecom Latam.

Segundo Payer, apesar de estar em um mercado complexo e distante do dia a dia das pessoas, satélites são agentes importantes na evolução da tecnologia e atuantes na transformação da sociedade. “É um produto intangível, mas funciona como um catalisador para o crescimento de outras áreas”, explica. “Grandes marcas, como celulares e outros equipamentos tecnológicos, além de redes de televisão, precisam da nossa infraestrutura”, completa.

O executivo ainda chama a atenção para a ferramenta do momento no mundo corporativo de diversos segmentos, inclusive de propaganda e marketing, que provém em parte também de satélites: o tão comentado Big Data. “Se você possui dados, terá um imenso mercado para explorar.”

Payer afirma que o Brasil representa um mercado importante para as estratégias da empresa. Ao lado do México, o país é o principal target da SES na América Latina. Com receita de 1,9 bilhão de euros e lucro de 600,8 milhões de euros no último ano, a empresa, que opera com capital aberto na NYSE Euronext Paris e na Bolsa de Valores de Luxemburgo, já adquiriu mais seis satélites, que devem ser lançados em breve, e prevê crescimento principalmente no segmento de vídeos e broadcast para os próximos anos. “Estamos em expansão”, resume o executivo.

Uma das apostas é a tecnologia SAT>IP, solução que permite que os sinais via satélite sejam transferidos para diversos aparelhos eletrônicos ao redor da casa. A principal vantagem é possibilitar que as pessoas assistam TV ou vídeos com alta definição em laptops, tablets ou smartphones.  Payer afirma, no entanto, que isto é apenas uma das facilidades que satélites oferecem à vida de consumidores digitais. “As possibilidades são infinitas”, conclui.