O Ibope divulgou nesta segunda-feira (2) um estudo inédito de como os brasileiros fazem uso e se relacionam com o tempo, a partir de questões qualitativas e quantitativas. Denominado “O jogo do tempo”, a pesquisa foi realizada pelo Ibope Inteligência com mais de duas mil pessoas a partir de 16 anos e todas as classes sociais, em 143 municípios das cinco regiões do país, além de 1,1 mil internautas membros do painel online Conectaí e especialistas na área de saúde, bem estar, tecnologia da informação, urbanismo e mobilidade, espiritualidade, psicologia e sociologia.
Segundo Silvia Cervellini, diretora-executiva de negócios do Ibope Inteligência, o objetivo da pesquisa é ajudar os clientes do instituto a desenvolver relações cada vez mais proveitosas e sustentáveis com seus consumidores. “Perguntamos aos nossos clientes de que forma suas marcas e produtos se relacionam com o tempo dos consumidores. No caso do varejo, por exemplo, como eles podem auxiliar o consumidor a não gastar nem um minuto a mais do que o necessário na hora da compra”, diz.
Entre os resultados revelados estão o fato de que as pessoas estariam dispostas a pagar até R$ 50 para ter uma hora a mais no dia, se isso fosse possível. No caso dos homens, eles pagariam cerca de R$ 85 para ter essa hora a mais no dia que eles estão de folga. O estudo também revelou que 22% dos brasileiros fazem atividades paralelas ao mesmo tempo – 22%, por exemplo, assistem TV e navegam na internet simultaneamente. O dia útil típico de um brasileiro também foi analisado e começa por volta das 6h30 da manhã, terminando às 22h – horário médio em que a população de todas as regiões se prepararam para dormir.
Comodidade e confiança também é fundamental entre homens e mulheres. Ambos revelaram que gastariam até 1h10 a mais para fazer um exame em laboratório conhecido. As mulheres, por exemplo, perderiam 10 minutos a mais para testar uma maquiagem em uma loja especializada, ao invés de comprar pela internet. E gastariam até 50 minutos se este teste fosse aplicado por um profissional da área. Os brasileiros também estão dispostos a “perder uma hora a mais” no almoço caso fosse possível realizar uma “refeição caseira” diariamente.
Já em relação às marcas, pouquíssimas pessoas se lembram de alguma que gostariam de trazer do passado para o presente. Quando o assunto é levar as marcas com que convivem hoje para o futuro, apenas 17 foram citadas por mais de 1% dos entrevistados. São elas: Adidas, Avon, O Boticário, Brahma, Coca-Cola, Fiat, Havaianas, Natura, Nestlé, Nike, Nokia, Omo, Samsung, Skol, Sony, Volkswagen e Ypê.
“Ao contrário dos ingleses, cujo tempo é de extrema importância na vida deles e muito controlado, o brasileiro não quer necessariamente que todas as atividades tenham um caráter instantâneo: ao contrário, quanto melhor a experiência, mais querem prolongá-la”, afirma Silvia. Porém, assim como os britânicos, os consumidores do país também não admitem atrasos e rejeitam aquilo que represente uma espera, caso exista uma opção de utilizar o mesmo serviço de forma mais rápida. Ainda mais em situações onde não existe exatamente um apego pela atividade – como pagar uma conta, por exemplo. Se for possível fazer isso pela internet, as pessoas não enxergam motivos para ir até o banco.