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A última pesquisa PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que jovens são os que mais têm sofrido com o cenário de desemprego no Brasil. Enquanto a taxa geral é de 8,3% no segundo trimestre, na população de 18 a 24 anos o índice de desocupação chega a 18,6%.

O momento de instabilidade gera preocupação para quem entra agora no mercado de trabalho, mas, ao mesmo tempo, pode ser uma boa oportunidade para jovens empreendedores. Esse foi o caminho das publicitárias Marcelle Equizian (28), Nathália Palma (30) e Sarah Salum (29) quando criaram a agência ei! em 2009, no último ano da faculdade.

Confira alguma dicas a seguir:

 1.    Arregace as mangas

Não tínhamos experiência profissional nem com planejamento de negócios e gestão quando começamos, mas, ainda assim, as coisas deram certo. Como? O segredo é se envolver profundamente com o negócio. É claro que para isso você vai assumir responsabilidades que jovens de 21 anos geralmente não têm, como a folha de pagamento de uma empresa, lidar com fornecedores etc, mas é compensador. Desde o começo procure acompanhar tudo de perto, e principalmente, tenha vontade de fazer acontecer. Coloque a mão na massa.

2.    Orientação de confiança

Como criamos a agência antes mesmo de concluir a faculdade, usamos bastante a consultoria e orientação dos professores. Eles foram uma das principais referências. Como são fontes mais experientes e isentas, o meio acadêmico é bastante confiável para tirar dúvidas e ajudar a estruturar os objetivos da empresa. Também foi bastante útil o estudo de mercado que fizemos para o trabalho de conclusão de curso. Ele serviu como base para entendermos onde a empresa seria inserida.

3.    Use desvantagens a seu favor

Aprenda a equilibrar a falta de experiência profissional e de gestão de empresas com vontade de aprender. Não se acomode. Pesquise sobre o mercado que deseja atuar, estude e o principal: busque oportunidades que sejam vantajosas para o seu negócio. No nosso caso, buscamos clientes na área da educação. Como tínhamos acabado de sair da faculdade, sabíamos melhor do que ninguém o perfil dos estudantes e como fazer campanhas inovadoras para esse público.

4.    Busque referências

Não fique apenas na teoria. Eleja algumas empresas que sejam um modelo do que você gostaria para o seu negócio e tente visitá-las. Foi o que fizemos no começo, quando visitamos algumas agências. Até para saber o que seria bacana fazer igual ou quando fugir totalmente dos modelos já existentes. Se não puder agendar uma visita, ligue, teste o atendimento, observe como os funcionários tratam clientes, assim, aos poucos, você vai criar seu próprio modelo.

5.    Arrisque…

Fomos muito na cara e na coragem. No começo, nos apegamos ao que cada uma tinha como experiência com cursos, estágios em outras áreas etc. Mas também fomos atrás de implementar melhorias e um sistema de gestão eficaz. O segredo é sempre buscar atualização, isso independe da idade. Como resultado, tivemos um crescimento profissional muito grande e uma visão macro do negócio que, talvez, uma pessoa trabalhando em uma empresa há sete anos não tenha.

6.    … tenha noção dos riscos

Nosso investimento no negócio foi relativamente baixo e como não deixamos uma carreira, os riscos eram bem menores caso a iniciativa não desse certo. Não foi uma decisão muito arriscada, mas hoje vemos que poderíamos ter esperado um pouco mais até que cada uma se profissionalizasse mais e aberto a agência com investimento maior. Assim, não teríamos que “quebrar” tanto a cabeça. Se possível, se planeje com antecedência, mas não desista de sua ideia.

Marcelle Equizian é sócia e diretora de execução de projetos da agência ei