39% planejam gastar mais e beleza, casa e alimentação estão entre as categorias mais desejadas
Segundo o Google, a Black Friday continua sendo a data que mais movimenta o varejo brasileiro. Em evento realizado na quinta-feira (28), no Allianz Parque, em São Paulo, a companhia revelou que seis em cada dez brasileiros devem aproveitar a temporada de compras em 2025.
O levantamento aponta ainda que 39% planejam gastar mais do que no ano passado e que 89% da população reconhece a data como a principal ocasião promocional do país.
De data pontual à temporada prolongada
A Black Friday completa 15 anos no Brasil e deixou de ser apenas uma sexta-feira de descontos online para se transformar em um período estendido, que influencia todo o calendário promocional. Para Gleidys Salvanha, diretora-geral de varejo e tech do Google Brasil, a pandemia foi um marco para o crescimento do comércio eletrônico. “Em 2020, 13 milhões de brasileiros realizaram sua primeira compra online. Hoje, o consumidor é um especialista digital, muito mais exigente e atento às experiências oferecidas”, afirma.
Os dados revelam um consumidor cada vez mais estratégico. Entre os que pretendem comprar, 48% já têm lista de desejos pronta, 49% se planejam financeiramente e 54% guardam dinheiro especificamente para a ocasião, desses que economizam, 83% começam mais de um mês antes. Ainda assim, 55% acreditam que a data também estimula compras por impulso.
Segundo Gleidys, esse comportamento paradoxal pode ser definido como uma convivência entre FOBO (feat of better optiona) e FOMO (fear of missing out). “O mesmo consumidor pode ser, ao mesmo tempo, planejador e impulsivo, vivendo essa tensão constante”, analisa.
Por região
O preço segue como critério central, mas deve vir acompanhado de comunicação clara sobre qualidade e variedade. A logística também é determinante: enquanto consumidores do Sudeste, Sul e Nordeste se mostram mais exigentes em relação à velocidade de entrega (cerca de 38%), regiões como Norte (32%) e Centro-Oeste (30%) apresentam maior tolerância a prazos estendidos, ainda que haja espaço para melhorias.
Categorias mais buscadas
Entre os itens mais desejados para este ano estão beleza e cuidados pessoais (45%), casa (39%), alimentação (32%), lazer (28%), serviços (17%), viagens (14%), pets (10%), educação (9%) e veículos (6%). Além disso, oito em cada dez consumidores declararam interesse em pacotes turísticos durante a Black Friday.
IA como motor de mudança
Um dos principais pontos do evento foi o papel da inteligência artificial. O Google revelou que 10% dos consumidores já utilizam ferramentas de IA generativa para pesquisar ofertas, o dobro em relação a 2024.
O índice gMat4AI, que mede a maturidade digital dos anunciantes brasileiros, mostra que o país ainda tem caminho a percorrer: a média é de 46% e apenas 14% das empresas estão nos estágios mais avançados do uso de soluções de IA. No entanto, aquelas que já utilizam a tecnologia de forma estratégica têm registrado crescimento de receita até 60% maior.
“O uso da IA no marketing não é mais uma questão — os benefícios já estão claros. O desafio agora é entender como adotar da melhor maneira, adequada às necessidades de cada empresa, para gerar resultados não só na Black Friday, mas o ano inteiro”, destaca Gustavo Souza, diretor de produtos e soluções publicitárias do Google Brasil.
Quatro alavancas para as marcas: Nathalia Camargo, diretora de commerce do Google Brasil, explica que as marcas podem explorar quatro alavancas estratégicas: oportunidade (combinação de preço, prazo e frete grátis), valor (estímulo a upgrades e aumento do ticket médio), serviço (usar a data como ponto de partida para relações duradouras) e lealdade (construir vínculos de longo prazo).
A executiva citou exemplos como o Grupo Tauá, que estruturou campanhas em etapas para elevar conversões e ticket médio, e a DPaschoal, que utilizou a Black Friday como alavanca para fortalecer uma experiência omnicanal e construir fidelidade.
Impacto local
A apresentação também destacou os 20 anos de atuação da companhia no país. De acordo com o ‘Relatório de Impacto Econômico do Google 2025’, as plataformas da empresa movimentaram R$ 215 bilhões na economia brasileira. O YouTube, sozinho, é preferido por 92% dos usuários e está presente em mais de 73% das jornadas de compra.
“O futuro das marcas passa pela capacidade de integrar inteligência artificial, criatividade humana e visão estratégica. Quem fizer isso estará mais preparado para atender consumidores cada vez mais exigentes”, conclui Fábio Coelho, presidente do Google Brasil.
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