Szatkowski, Felix e Hypolito Neto, o trio por trás do novo produto editorial online da Unilogic

 

A Unilogic, dona do Ultradownloads, lançou no ano passado o Canal Tech, site especializado em tecnologia. A aposta em um produto editorial deu certo e levou a empresa a investir em um segundo projeto do tipo, desta vez ainda mais direcionado para um nicho. No final de março, foi lançado o Selecter, portal de games do grupo.

A ideia da empresa é explorar o crescente mercado de games com o Selecter, conforme explica Felipe Szatkowski, sócio-diretor da empresa. “A gente tem conhecimento de causa desse público geek, são pessoas que gostam de tecnologia. No mercado de games vemos grandes produtoras trazendo títulos localizados para o Brasil e que estão vendo o país com outros olhos. Além disso há os eventos como a Brasil Game Show, dobrando de tamanho ano a ano. Isso é algo que vem acontecendo nos últimos anos e nos trouxe esses insights”, diz.

Outro fator que motivou o lançamento do Selecter foram os próprios dados do Canal Tech. Dos 2 milhões de visitantes únicos mensais do site, a maior parte acessava em busca de conteúdo de games. Segundo Felipe, esse fato mostrou a “vocação da empresa para cobrir nichos”. “Vimos que a audiência do conteúdo de games era muito grande nos nossos outros canais. Além do cenário do mercado, vimos a audiência crescer”, conta.

À frente do Selecter estão Felipe Santana Felix, editor-executivo e idealizador do projeto, e Leonardo Teixeira, que atua como editor de conteúdo. Eles são os responsáveis por cumprir um dos objetivos a que se propõe o site: preencher as lacunas da cobertura de games no Brasil. “Nosso objetivo é cobrir áreas que não necessariamente são cobertas por grandes sites. Por exemplo, são poucos players hoje em dia que cobrem e-Sports (competições profissionais de jogos). Há também o surgimento de uma outra camada de audiência, de gente que joga no celular, então vamos dar atenção para isso. O foco é esse: atingir pessoas que talvez não sejam a audiência tradicional dos games, mas que estão surgindo e precisam de um veículo”, avalia Teixeira.

Por isso, o site terá como público-alvo qualquer pessoa que se interesse por jogos eletrônicos. “Nosso público é o jogador e interessado em games. Não necessariamente o gamer hardcore. Obviamente ele está dentro do target, mas hoje existem tantos tipos de jogadores que eles se tornaram um nicho dentro desse universo que envolve consoles, PCs, mobile, board games, card games, RPG e e-Sports. São homens e mulheres de diversas idades que têm em comum o contato com a tecnologia e enxergam games como um entretenimento necessário e não descartável”, explica Felix. A meta é ter 1,5 milhão de pageviews no primeiro ano da operação.

O Selecter aproveitará clientes da carteira do Canal Tech em seus espaços publicitários, mas como o foco do site não é o mesmo que o do “irmão”, os anunciantes devem fugir da categoria de tecnologia. “Não é um espaço exclusivo para produtos de tecnologia, mas está aberto a marcas para quem joga. E gamer gosta de seriados, de cinema, toma energético, gosta de gadgets. Acho que todo esse tipo de coisa cabe no Selecter”, diz Domingos Hypolito Neto, também sócio-diretor.

O executivo conta também que a criação do site abriu espaço para o surgimento de uma marca para eventos. Esse segmento já começou a ser explorado com a Selecter Cup, que reunirá equipes de League of Legends, um dos principais games considerados modalidades de e-Sports. A ideia é fazer um torneio anual junto com os patrocinadores e estendê-lo a outros games. Já há negociações nesse sentido e novas competições devem ser anunciadas em breve.

Embora não esteja completamente amadurecido no Brasil, o setor de games têm vários sites dedicados a ele, seja sob o guarda-chuva de grandes portais, seja como produtos editoriais independentes. A empresa vai se apoiar no know-how adquirido com o Canal Tech para oferecer um produto que considera único em relação aos concorrentes. Além disso, o site de tecnologia é tomado como exemplo de iniciativa bem-sucedida. “O mercado não está saturado e um exemplo disso é o Canal Tech. Já havia uma série de players no mercado e ainda assim conseguimos um espaço e elogios do público”, indica Szatkowski. “A qualidade do conteúdo é o principal ponto neste caso”, completa Hypolito Neto. “Estamos mais preocupados em fazer um bom conteúdo que com a concorrência. Se o conteúdo é bom, a audiência vem. Foi isso o que aconteceu com o Canal Tech. Fizemos o nosso trabalho e o público veio atrás. Se você fizer sua parte bem feita, sempre vai haver reconhecimento”, diz.