A cidade de São Paulo já começa a flexibilizar o seu isolamento social com a abertura de serviços não essenciais. Com isso, entidades do setor audiovisual – um dos mais afetados pela pandemia causada pela Covid-19 -, se reuniram nesta quinta-feira (11) para apresentar e assinar o protocolo de segurança e saúde no trabalho do audiovisual e, assim, retomar as atividades da categoria.
O evento virtual, que foi transmitido da FIESP, contou com a participação de André Sturm, cineasta e produtor; Marianna Souza, presidente da Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais); Simoni de Mendonça, presidente do Siaesp (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo); e Sonia Santana, presidente do Sindcine (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica e do Audiovisual).
“O maior desafio foi encontrar meios e soluções de planejar uma retomada que fosse segura, viável e responsável. Este foi o foco de todas as entidades, de diversos estados, que participaram da construção deste protocolo”, comenta Simoni de Mendonça, presidente do Siaesp.
A presidente do Sindcine, Sonia Santana, reforça que o documento é vivo e que pode a cada momento, com a obtenção de novos dados, ser modificado, ampliado, suavizado ou, até mesmo, endurecido. “A gente espera que não seja necessário endurecer e que todos tenham dentro do set uma atitude responsável. Não podemos banalizar em nenhum momento a segurança. Então, observamos aqui um protocolo que tem um início para um protocolo nacional, com ressalvas as diferenças regionais de cada local”, diz.
O protocolo apresenta três fases de abertura. A primeira, que já vem acontecendo, é a fase remota com a produção de filmes e campanhas pequenas dentro da casa de atores. A segunda, que deve ser concedida imediatamente após a liberação do protocolo, prevê a produção com equipes dentro do set de filmagens com até 20 pessoas. Já a terceira fase contempla as produções maiores, que ainda estão sendo estudadas e vão depender dos resultados das fases anteriores.
“A produção é sempre a fase mais complexa, pois é onde a ideia se torna realidade. A primeira já vem atendendo a publicidade e a segunda terá um protocolo mais rígido, pois será necessário um controle maior de acesso e testagem. Com a produção de uma série de conteúdo mais longas, definimos uma jornada máxima de trabalho de 12 horas aos profissionais envolvidos, com intervalo para as refeições. Teremos que buscar o equilíbrio entre as agências, criativos e produtoras para entender que os tempos e as condições de trabalho não serão iguais. O planejamento deve ser ainda mais assertivo”, ressalta Sonia.
Já Marianna Souza, presidente da Apro, revela que desde março a entidade vem observando como outros países estão lidando com a situação para trazer essa realidade para o mercado brasileiro. “Trabalhamos de perto com outro estados como, por exemplo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O protocolo também traz não só orientações sobre as filmagens em locações privadas, como em locações públicas. No Rio Grande do Sul já estão liberadas as locações públicas, mas, em São Paulo, ainda aguardamos uma resposta da prefeitura para saber quando será possível retomar as atividades”, diz.