Euromonitor mostra que o Brasil é o quarto maior mercado de beleza no mundo; país ocupa a mesma posição na geração de lixo plástico
O mercado de beleza e cosméticos é um dos mais dinâmicos e lucrativos do mundo, com o Brasil se destacando como o quarto maior mercado global, segundo o Euromonitor. No entanto, junto ao seu crescimento, se apresentam também desafios ambientais significativos, considerando que o Brasil também é o quarto país que mais gera lixo plástico, como reporta o World Wide Fund for Nature (WWF).
Conforme mostrado em outras edições da Série Reciclagem, o mundo vive uma crise ambiental. No Brasil, mais de 80 milhões de toneladas de lixo são produzidas anualmente, mas menos de 3% é reciclado corretamente, de acordo com informações do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
O LCA Centre, grupo holandês que estuda o impacto ambiental das embalagens, mostra que cerca de 70% das emissões de carbono atribuíveis ao setor de beleza poderiam ser eliminadas se as pessoas usassem recipientes com refil. Mais um dado que destaca a importância e a força de atos que minimizem o desperdício.
Com essa missão em mente, algumas marcas de cosméticos entram na corrida para liderar esse movimento, como é o caso de Boticário, Vizzela, Avon, Natura, Simple Organic, Sallve e L’Occitane, que dividiram com o propmark ações que favorecem a reciclagem e educação de seus consumidores.
O Boticário contribui ativamente no incentivo à reciclagem desde 2006, quando fundou o Boti Recicla. Atualmente, a iniciativa possui mais de 4 mil pontos em todo o país, distribuídos em mais de 1.750 cidades, além da grande rede de venda direta com revendedoras que também recebem de seus clientes embalagens vazias de produtos de qualquer marca do segmento CFT (sigla em inglês para Cosméticos, Fragrâncias e Higiene Pessoal).
“Com Boti Recicla, estamos presentes em mais de 1.500 municípios brasileiros. Muitos deles não têm nenhum sistema público de coleta seletiva, o que torna a iniciativa de Boti Recicla ainda mais relevante. Essa é uma campanha permanente de logística reversa e reciclagem do Grupo Boticário, dessa forma, os coletores estão presentes durante todo o ano nas lojas participantes e os consumidores são incentivados a fazer o descarte sustentável das embalagens”, informa o Boticário.
Atualmente, Boticário conta com cerca de 205 produtos com refil nas principais categorias. Além da redução de resíduos gerados, a adoção do refil diminui a demanda por recursos naturais. “É importante entendermos que a sustentabilidade precisa do protagonismo coletivo: revisitar hábitos de consumo, reutilização e reciclagem precisam participar da nossa rotina.”
A Vizzela declara que, há alguns meses, passou a adquirir créditos de carbono junto à Moss Earth, com o intuito de neutralizar o impacto das suas atividades administrativas para o meio ambiente. Para incentivar os consumidores quanto à reciclagem, a Vizzela possui o Selo Eu Reciclo, programa de incentivo à reciclagem que abrange todas as embalagens da empresa, tendo em vista que todas elas são recicláveis.
“Para este ano, temos como objetivo lançar uma coleção de cuidados para pele com alto índice de naturalidade, utilizando matérias-primas com menor impacto ambiental”, disse Aline Waiser, sócia e diretora de marketing de Vizzela Cosméticos.
Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da Natura &Co América Latina, fala que o respeito ao meio ambiente está presente na história da Natura desde sua fundação. “Portanto, o tema é de extrema relevância também para as demais marcas de Natura &Co, Avon e The Body Shop. Mantemos um compromisso público chamado Visão 2030, que prevê um conjunto de metas e ações a serem cumpridas ao longo da década que abrangem o enfrentamento das crises climáticas e a proteção da biodiversidade.”
A diretora completa dizendo que a Natura passou de 16% para 20% de uso de plástico reciclado pós-consumo em suas embalagens e o objetivo é chegar a 50% até 2030. Já a Avon contabiliza 1,7% de composição das suas embalagens com esse material e a empresa segue investindo em pesquisas para acelerar essa jornada.
Leia a matéria na íntegra na edição de 6 de novembro de 2023