A média é de 1,6 bilhão de participantes de eventos ao ano em 180 países

Na tarde desta terça-feira (12), o III Summit Eventos Brasil, realizado entre os dias 11 e 13 de setembro em Fortaleza (CE), recebeu Anita Pires, vice-presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, que mediou painel sobre experiências internacionais. Entre os participantes do debate, então: o acadêmico Marcio Favilla; Luis Ricardo Martínez, presidente da Federação de Organizadores de Congressos e Eventos da América latina (Cocal); Ana Maria Viscasillas, presidente da Consultoria Global, Business Tourism Services, de Porto Rico; e Arnaldo Nardone, diretor-geral do Grupo Fiexpo Exhibition, diretor-fundador da Consultoria Mice Internacional e ex-presidente mundial da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA). Ana Maria, Nardone e Martínez participaram remotamente.

“Precisamos construir uma relação mais próxima”, comenta Anita Pires. O panamenho Luis Ricardo Martínez falou sobre algumas das iniciativas para estabelecer essa conexão com profissionais de toda a América Latina. Por meio de acordo de cooperação com a Cocal, foi criada uma plataforma para promoção de atividades, cursos e assembleias, além de networking e negócios. “É um canal entre organizadores de eventos da América Latina e Brasil com o intuito de cocriar projetos e abrir oportunidades”, explica Martínez, que segue com a missão de agrupar profissionais e formar alianças em prol do fortalecimento do setor.

Arnaldo Nardone enxerga o crescimento exponencial do setor, considerado a 13ª economia mundial, com 1,6 bilhão de participantes de eventos ao ano em 180 países. Mas alerta para os efeitos da rápida expansão. “Vimos aumento de custos, principalmente em hospedagem e aviação”, alerta. Segundo Nardone, a realização de parcerias público-privadas podem ser o caminho para elevar a competitividade frente a destinos internacionais, que também esbanjam crescimento, como China e Ásia. Na América Latina, a Argentina também se firma como forte concorrente.

Participantes debatem experiências internacionais (Divulgação)

Para a porto-riquenha Ana Maria Viscasillas, da Consultoria Global, Business Tourism Services, a colaboração e a formação de alianças são fundamentais para gerar educação, negócios e impulsionar o crescimento econômico, “por meio do poder dos eventos em todo o mundo”, reforça. Segundo a executiva, diversidade, equidade, inclusão e sustentabilidade também tornam os eventos mais atrativos diante de destinos concorrentes.  

Inovações

Elza Tsumori, presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Eventos (CBIE), comandou debate sobre “Inovação e novas tecnologias que impactam na sustentabilidade do setor de turismo e eventos”, na companhia de Rodrigo Cordeiro, empresário, consultor e líder do projeto Fronteiras do Pensamento; Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); Regina Amorim, gestora de turismo e economia criativa do Sebrae Paraíba; e Lucas Schweitzer, vice-presidente de comunicação e marketing da Abeoc Brasil, em presença remota.

Posicionamento claro, direcionamento de target e conteúdo específico estão entre os fatores que devem ser observados para se criar diferenciação a partir do produto, local, promoção, preço ou processos, garantindo a percepção positiva das pessoas. “Marcas que definiram território, conseguiram se diferenciar pelo seu posicionamento”, conta Schweitzer.

Já Guilherme Muchale destaca a necessidade de se antecipar às transformações, tendo questões ambientais como um dos assuntos mais latentes. A Fiec implementou o Hub ODS do Impacto Global da ONU no Ceará. Qualquer empresa pode participar de forma gratuita.

Lucas Schweitzer, VP de comunicação e marketing da Abeoc Brasil, participa remotamente de painel que falou sobre inovação (Divulgação)

Muchale propõe a valorização da criatividade e cultura local, como já ocorre na África, Zâmbia e Camboja. Já a Austrália fortalece a sua imagem como um dos principais destinos da economia criativa. Design, gamificação, economia compartilhada, acessibilidade e infraestrutura também chamam negócios e garantem acesso.

Regina, do Sebrae, reitera a importância da economia criativa, encarada como “impulsionadora dos negócios de eventos e turismo”. A executiva cita o exemplo da Adidas, que montou uma loja em formato de caixa de tênis, além de artesanatos feitos com escamas de peixes e algodão colorido. “A economia criativa proporciona a reinvenção contínua. O incerto leva a novas oportunidades. O futuro do turismo será mais competitivo se tiver foco na economia criativa”, adverte Regina.

O consultor Rodrigo Cordeiro ressaltou o lado humano do processo de organização de um evento, tomando como exemplo o projeto Fronteiras do Pensamento, criado pelo executivo há 16 anos. O diferencial está no posicionamento e coerência. “É um encontro cultural de soft skills, com um ciclo de palestras que consegue afastar as pessoas do celular. O evento entrega a sua proposta de forma eficaz”, assegura. A cada edição, cerca de 450 participantes interagem com a programação de forma genuína. “Até que ponto as pessoas se engajam com marcas em espaços montados em festivais como The Town?”, reflete Cordeiro. “Pegar brinde não é engajamento”, provoca.

Gestão

Com o título “Disrupção da gestão, de tempo e espaço”, o último painel do III Summit Evento foi mediado pelo acadêmico Marcio Favilla, que contou com a participação de Tatiana Marques, presidente da Abeoc Pernambuco; Rafael Bezerra, vice-presidente da Abeoc Ceará; e das acadêmicas Anya Ribeiro, Vera Simão e Marisa Canton, além de Raimundo Peres.

O encerramento do evento foi comandado por Sergio Junqueira Arantes, presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, fundador e CEO do Grupo Conecta Eventos.

Crédito da imagem no foto: Jannoon028/Freepik