Carvalho: um belo espaço sem networking não adianta nadaA exemplo dos Estados Unidos e da Alemanha, o mercado nacional compreendeu a importância das feiras de negócios para a economia e tornou-se, em relativo pouco tempo, um dos polos mundiais desse tipo de evento, que só no ano passado movimentou cerca de R$ 4 bilhões por aqui. De acordo com a Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras), neste ano, apesar da crise econômica global, o valor deve se aproximar dos R$ 5 bilhões. A atividade, além de estimular comércio, turismo e hotelaria, gera mais de 185 mil empregos temporários (120 mil apenas em São Paulo), dentro e fora dos pavilhões de exposições. Esses números grandiosos são lembrados por Anselmo Carvalho, diretor do grupo Feira & Cia e promotor do ExpoSystems, cuja décima edição está marcada entre os dias 4 e 6 de dezembro, no Transamérica Expo Center, na capital paulista.

Com patrocínio do Sebrae, o evento reunirá fornecedores e especialistas nacionais e internacionais em estandes, conferências e mesas redondas sob o conceito “m2 + networking = re$ultados”. A equação, segundo Anselmo, resume de modo certeiro a combinação de fatores responsáveis pelo sucesso de uma feira, independente do setor ao qual se direcione. “Nossa indústria conceituou o metro quadrado como o elemento definitivo de como, ou quanto, determinada empresa consegue chamar atenção. Um belo espaço sem networking adequado, no entanto, não adianta absolutamente nada. É necessário otimizar a área: treinar a equipe, cultivar bons relacionamentos, orientar os próprios expositores, pois muitos deles partem da ideia de que sabem o que estão fazendo – mas isso nada mais é do que ilusão”, define o executivo.

Apresentado como um ponto de encontro para divulgação de novidades, tendências e troca de experiências, o ExpoSystems contará com palestrantes que vão abordar, entre outros temas, o cenário brasileiro apresentado a estrangeiros, a liderança feminina no setor e as inovações tecnológicas mais relevantes. No ano passado, cerca de quatro mil pessoas visitaram o projeto, entre profissionais de marketing, eventos, recursos humanos e proprietários de agências.

Internacionalização

Pelo segundo ano consecutivo, o ExpoSystems contará com o Pavilhão Alemão, área de 150 m², dedicada ao intercâmbio entre os mercados deste país e o brasileiro. “Mais de 70% dos eventos europeus são sediados na Alemanha. Nosso modelo de feira combina características determinadas por eles a elementos divulgados pelos norte-americanos, que sempre deram muito valor à estrutura”, afirma Anselmo Carvalho.

Durante os dias de atividades, a China será representada por uma delegação da CAEC (China Association for Exhibition Centers) composta por mais de 20 profissionais, entre eles Zheng Shijun, diretor-geral. O evento ainda contará com a participação da IFES (International Federation of Exhibition and Events Services), uma das mais representativas entidades do setor, e de outros representantes da Europa, América do Sul, Estados Unidos, Rússia e Índia. “O movimento de ascensão que há cerca de 15 anos descreve as feiras do país agora conta com uma nova alavanca, representada pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos. A partir do momento em que promovemos esse intercâmbio entre profissionais de diversos países, estimulamos não apenas a realização de projetos estrangeiros por aqui, mas também a exportação da criatividade e do profissionalismo brasileiro na categoria”, frisa o executivo.

Palestrantes

Entre os convidados estão Thomas Reaoch (EUA), que discutirá a relação entre a realização de eventos e o networking; David Lee (Reino Unido), cujo foco será a comunicação intercultural no setor; Barry Siskind (Canadá), que terá como mote o futuro da categoria e suas principais tendências; Juan Pablo De Vera (Uruguai), que analisará o papel dos eventos na era das mídias sociais; e Wanira Salles (Brasil), com a discussão sobre a atuação feminina na liderança dos eventos. O ExpoSystems também promoverá, mais uma vez, mesas redondas com até oito participantes. No espaço, chamado “Lounge do Conhecimento”, serão discutidas questões do dia a dia de trabalho, como sustentabilidade, custos e branding.

Olhar feminino

A atuação de profissionais do sexo feminino no setor de eventos será tema de palestras e alvo de homenagens. Em número representativo, elas formam boa parte do grupo de liderança da categoria e, para Anselmo Carvalho, merecem reconhecimento por trabalhar em uma área na qual a agenda é completamente instável. “A aptidão feminina conta muito nesse cenário imprevisível. Talvez até pelo instinto maternal, percebo nas mulheres uma enorme capacidade para solucionar conflitos. Elas conseguem, com sutileza, transpor obstáculos e atingir seus objetivos”, declara.

Dez anos

A evolução da tecnologia e das redes sociais, que encurtaram as distâncias, é apresentada por Carvalho como uma das principais mudanças no cenário do mercado de eventos e promoções na última década. “A concorrência se acirrou entre representantes do mesmo segmento. As possibilidades se ampliaram e atualmente é necessário planejamento mais antecipado e cuidadoso diante do calendário extenso. Vejo a segmentação em crescimento constante e a internet como fundamental nesse contexto. Vale lembrar, no entanto, que as redes sociais não são ferramentas autônomas, que funcionam isoladamente. Nenhuma delas consegue, sozinha, ser eficaz como um plano que envolva pesquisa e publicidade, por exemplo”, finaliza o executivo.