A estreia de SP nas Alturas, coprodução da Delicatessen Filmes e canal E! Entertainment, que levou 13 bandas ao topo dos edifícios da capital paulista, está programada para maio ou junho, dependendo da pós-produção. O projeto, gravado em agosto do ano passado, vai contar com 13 programas semanais, com duração de 30 minutos cada. Segundo Glauco Sabino, gerente de produção do canal E! Entertainment, não foram escolhidas bandas só de São Paulo, apesar do nome da atração, mas aquelas que têm uma relação com a cidade. “Isso é explorado dentro do programa, o que essa metrópole representa para esses artistas tanto no nível pessoal como profissional. É diverso, temos artistas que estão estourando agora, como o caso do Tiago Iorc, até os consagrados como NX0 e Criolo”, diz. Vai ter ainda, Ludmila, Karol Conka, Mc Guimé e Rael, todos tocando em topos de prédio e edifícios icônicos de São Paulo, como Edifício Planalto, Museu de Arte Contemporânea, Edifício Martinelli, Shopping Light, Mofarrej e Tivoli, mostrando São Paulo de cima e de vários ângulos.
A atração não conta com patrocínio de marcas. É uma aposta do canal, que iniciou uma reestruturação há pouco mais de um ano. Agora gerenciado pela NBCUniversal, deve focar em produção original, com conteúdo brasileiro, para gerar identificação com a audiência. De acordo com Sabino, os investimentos feitos em 2016 e projetados para 2017 são muito superiores aos dos anos passados, mas não abriu valores. “Isso se reflete em qualidade de produção, porque trabalhávamos com orçamentos muito enxutos. A partir deste ano, a audiência vai começar a sentir as mudanças. SP nas Alturas marca isso, porque é um projeto grande. Já temos o desejo de outras temporadas e continuar investindo nessa plataforma de música, que é uma área que todos gostam”, afirma.
A divulgação do projeto já começou a ser feita, parte por meio dos próprios artistas participantes, que compartilham em suas redes sociais. “É uma grande aposta para o canal neste ano, então temos um plano grande de promoção dessa série, envolvendo os canais locais, que são os operadores de TV a cabo. Convidados a participar das gravações, eles estão captando material que vai ser usado um pouco antes da estreia. Na parte de social media, convidamos influenciadores para as gravações, imprensa em geral, além de clientes que visitaram o set. Depois faremos out for home, todas as mídias tradicionais, uma promoção grande dentro do canal, uns dois meses antes da estreia”, explica Sabino.
Enrico Saraiva, produtor-executivo da Delicatessen Filmes, conta que o projeto teve início há dois anos, durante o Rio Content Market. “Apresentamos um projeto em desenvolvimento para o E!. Era apenas uma ideia em formatação que foi construído junto com o canal. Tínhamos apenas 15 minutos de negociação com o canal”, diz Saraiva. “A nossa expectativa é que o projeto renda novas temporadas e audiência para o canal e os músicos”, reforça.
A parceria tem sinergia. Um dos pilares do E! é a música. Já Delicatessem tem se consolidado em produção musical, com histórico de em três anos produzir a quinta série. “É um dos nossos focos de atuação, estamos desenvolvendo um projeto musical para o cinema. Temos afinidades com os artistas, profissionais da produtora já trabalharam na MTV”, conta Saraiva. A Ana Butler, CEO da Conteúdo Musical, por exemplo, é um ponto de contato com todos os artistas da música brasileira. De acordo com o executivo da Delicatessen, ela foi fundamental para o projeto. “Ter pouco mais de uma semana para gravar com 13 artistas, que possuem agendas diferentes, é bem difícil. Um dos nossos desafios foi justamente casar as agendas dos artistas em nove diárias”.
Sem revelar números, Saraiva afirma que, em termos de conteúdo, a Delicatessem cresceu em 2016. Lançaram uma área de ficção. Publicidade declinou “um pouco”. “Dois projetos estreiam no canal Sony. Fechamos uma coprodução com os EUA (projeto que ainda não podia divulgar, até o fechamento dessa matéria) e filmaremos nosso primeiro longa-metragem com produtor americano. E, além disso, estamos também negociando com a Netflix. Diante desse cenário, o que posso dizer é que se avizinha um crescimento em 2017”. Ainda segundo o executivo, a produtora tem sido procurada por anunciantes que querem financiar projetos de branded content, sem interferência do marketing ou das agências de publicidade. “No E! temos visto isso ocorrer com frequência, produtoras chegarem com projetos e já com clientes interessados”, reforça Sabino.