Juliana Hosken: “Fizemos mais de 600 palestras e treinamentos” (Divulgação)

“Tem sido um momento intenso, único, e para a gente começou logo na primeira semana quando a gente se viu em casa, em março. Ao mesmo tempo, as lojas de tintas não fecharam, elas continuaram abertas, porque foram caracterizadas como atividade essencial. E o interessante é que as pessoas se voltaram para suas casas, o que ocasionou um aumento enorme de reformas, de vontade de melhorar o home office, colorir uma parede.

Então, a gente teve de reconstruir toda a nossa abordagem, os contatos com nosso público, fornecedores, parceiros, lojistas e consumidores, a toque de caixa. No entanto, a Suvinil já vinha se preparando para uma mudança, pois desde 2018 a marca foi reposicionada, acompanhando essa mudança do consumidor mais protagonista, tomando as próprias decisões.

Quando aconteceu a pandemia, talvez se a gente não tivesse se preparado seria muito mais difícil, como foi para diversas outras empresas. Mas a gente já estava numa mudança cultural, num processo de transformação. Para mim, foi colocar em prática os planos que a gente já estava em andamento de uma forma diferente. A primeira preocupação foi com a saúde mental das pessoas. Preparamos a equipe para essa mudança, fizemos workshops com consultores externos falando sobre abertura para mudança com 100% do time de marketing. De lá para cá, também fizemos dois workshops grandes sobre criatividade, porque nessa hora que a gente está distante, a agilidade, a criatividade e a abertura para mudanças são essenciais.

A gente trabalhou muito também a questão da pluralidade, diversidade, porque precisamos muito acionar tudo que há de potencial no time de marketing para vir com as ideias mais acertadas para os públicos que interagem com a gente. Falando das nossas ações externas, começamos dando apoio aos nossos parceiros e clientes. Fizemos os kits de higiene rapidamente, mandamos para 600 lojas, e totens com álcool em gel, enquanto ninguém estava pensando nisso ainda.

Produzimos também álcool em gel na nossa fábrica, foi uma grande mobilização. Também fizemos conteúdo para os nossos clientes sobre segurança no ponto de venda, por exemplo, e de marketing digital, porque muitos nem vendiam no online. Outra coisa que fizemos muito rápido foi colocar nas plataformas da Suvinil o contato de WhatsApp dos lojistas que quiseram.

Com o nosso e-commerce de tintas, crescemos em 70% o número de revendedores na nossa plataforma. E as vendas dispararam nesse período. E ainda falando de apoio aos lojistas, como não podíamos mais fazer treinamento presencial para pintores e lojistas, acionamos o nosso time para fazer lives. Fizemos mais de 600 palestras e treinamentos para atingir pintores e consumidores sobre como usar e escolher tintas.

Dentro do reposicionamento da marca, chegamos à conclusão que a Suvinil não vende tintas, ela pinta histórias, porque sempre por trás de uma pintura tem uma história que as pessoas contam. E a Suvinil resolveu dar voz a essa essência e na pandemia isso se intensificou demais, com todos esses movimentos que aconteceram, como o Black Lives Matter.

Fizemos um videomanifesto ‘Suvinil todas as cores, todas as histórias’ e vamos continuar com essa campanha. Em 2021, a Suvinil vai fazer 60 anos e vamos dar voz para essa questão da diversidade cada vez mais. Estou bem feliz com o que a gente construiu, os resultados que alcançamos. Temos enormes desafios, mas já estamos com muitos planos para os próximos passos, porque para nós a mudança vai ser frequente.”