Julio Ribeiro (em pé) por trás de parte da jovem equipe da Talent

 

Com 32 anos recém-completados, em abril, a Talent está em busca de renovação. A agência fundada em 1980 por Júlio Ribeiro, um dos principais nomes do planejamento no Brasil, quer conquistar a mesma notoriedade no digital que alcançou com os meios tradicionais nessas três décadas, resgatando a essência do planejamento. “Estamos fazendo uma revolução interna na Talent”, resume Ribeiro. “O que se chama planejamento hoje é pesquisa. Mas há diferença brutal entre um e outro. Dar uma pesquisa para a criação desenhar campanha em cima é um erro, gera perplexidade. Falta enzima para síntese mais objetiva”, diz.

E é essa enzima que gera a síntese necessária para os criadores, a busca da agência. Para comandar a área, Renata Serafim, responsável pela conta do Santander dentro da Talent, assumiu como diretora geral de planejamento há dois meses. Cercada por uma jovem equipe de profissionais, seu papel é trazer renovação para a agência. “Meu propósito é trabalhar a integração dos meios digital e tradicional e fortalecer o lado aspiracional”, explica. Com mais de uma dezena de clientes de peso e conceitos bem-sucedidos, como Santander (“O banco do juntos”), Net (“O mundo é dos Nets”), Tigre (“Como Tigre só tem Tigre”) e Ipiranga (“Apaixonados por carro como todo brasileiro”), a Talent enfrenta agora seu principal desafio: construir cases também no online.

A bola está nas mãos de Cláudia Quintas, diretora de interatividade, que chegou à casa em 2010. Ela assegura que a demanda veio da própria agência como uma necessidade de adequação ao mercado. “Vim com a função de aculturar a Talent para o digital. Chegou um momento em que os próprios sócios (além de Ribeiro, Antônio Lino e José Eustachio, sócio-diretores) entenderam a necessidade, como business, de que não podíamos ficar de fora”, diz.

Palestras, aulas e seminários passaram a ser frequentes. Entre os convidados, a agência recebeu a equipe do escritório brasileiro do Facebook e especialistas sobre mídia digital e mobilidade. Alguns projetos ganharam visibilidade. Em janeiro, para apresentar o portfólio de novos sabores do Café Pilão, da Sara Lee, a agência desenvolveu um aplicativo mobile que funcionava como despertador. “Hoje as pessoas falam de você, sua marca estando ou não presente nas redes sociais. Como gestores, nosso papel é estimular esse diálogo”, reforça Cláudia. “Queremos renovar o que se sabia sobre propaganda. Anúncio em revista é algo que dominamos há 100 anos, todos sabem fazer. Mas trazer mensagem consistente no YouTube é a tarefa árdua. É muito difícil para o cliente aproveitar essa nova era, temos todos que aprender”, afirma Ribeiro.