Fernando Figueiredo e Mentor Muniz Neto, presidente e vice-presidente de criação do Grupo Talkability, e Luiz Calainho, presidente da L21 Participações, anunciaram o lançamento da Inflama Rio, nova empresa de ativação e eventos do mercado carioca. Ela nasce tendo por trás a expertise de marketing promocional do Talkability, holding que conta com empresas como a Bullet, uma das maiores desse mercado, e o know-how da L21, uma das líderes em entretenimento, mídia e geração de conteúdo do Brasil.
A Inflama Rio, que irá pertencer ao Talkability e à L21, terá operação totalmente independente das demais empresas dos grupos. “Ela é concorrente da Bullet, por exemplo”, explica Neto. Começa a operar com 10 profissionais em uma sede própria instalada na Glória, ao lado do histórico Hotel Glória, que está sendo revitalizado pelo Grupo EBX, de Eike Batista. Ceras Johnson e Infoglobo, dois clientes que eram atendidos pela Bullet no Rio, passam a integrar a carteira da Inflama. O investimento inicial é de R$ 1 milhão, valor cujo objetivo é ser recuperado até o final do ano.
Segundo Calainho, essa união de forças de disciplinas diferentes irá proporcionar aos anunciantes uma entrega única, ainda não disponível por alguma empresa do mercado. “Temos ainda diferenciais a oferecer como as rádios SulAmérica Paradiso e a Mix Rio FM, respectivamente as duas maiores nos segmentos adulto qualificado e jovem, ambas pertencentes ao braço de mídia da L21”, diz.
Já Figueiredo declara que a ideia de abrir uma sede na capital fluminense começou há um ano e meio. “Nós procuramos alguns parceiros na cidade, mas não achamos nada que fosse o modelo ideal. Há pouco mais de quatro meses, eu e o Neto fomos apresentados ao Calainho. E nós, que já tínhamos praticamente desistido de fazer uma associação e buscávamos abrir um escritório próprio da Bullet no Rio, retomamos o projeto e chegamos ao que é a Inflama”, afirma, acrescentando que o nome vem bem a calhar com o momento atual da cidade. “O Rio será sede dos Jogos Olímpicos, irá abrigar a final da Copa e, nesse momento histórico que o Brasil vive, não podemos fechar os olhos para a cidade que é a porta de entrada do país. O objetivo é ‘colocar fogo e fazer que ele se propague’”.
Calainho vai além e diz que independente de Copa e Jogos Olímpicos, ou de eventos já programados, como a Rio+20, em junho próximo, e o Rock in Rio 2013, a capital passa por uma retomada. “Há três anos a cidade estava abandonada. Hoje conta com um poder público atuante que está promovendo uma virada na segurança pública e em áreas sociais. Isso, embalado por um país que é a sexta economia mundial – e com uma base consolidada, bem diferente do que foi na época do ‘milagre econômico’, durante a ditadura militar –, me dá a certeza de que estamos no caminho certo”, afirma, fazendo projeções bem otimistas para a cidade. “Não tenho dúvidas de que em pouco tempo o Rio de Janeiro será uma das três principais cidades do entretenimento mundial. E os anunciantes irão precisar ter alguém ao lado deles. Ninguém quer investir mais somente nas mídias clássicas”.
Mesmo com essa retomada e com os eventos voltando com força para a cidade, há uma grande carência no que diz respeito à infraestrutura. Até meados dos anos 90, as maiores agências de propaganda do país mantinham grandes sedes no Rio. Tanto elas como alguns clientes, cuja principal sede era na capital fluminense, pegaram a ponte aérea. “Na área de ativação o caso do Rio é ainda pior. O que nós queremos é estar perto do mercado carioca e dar atenção prioritária para os clientes locais, oferecendo ao consumidor algo mais do que as campanhas publicitárias”, completa Figueiredo.
Muniz Neto atenta para outro detalhe, agora visando os grandes eventos esportivos que estão por vir – as empresas que não são sponsors da Fifa e do COI, e não podem usar logomarca da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos em suas ações. “Esses anunciantes possuem essa desvantagem. Por outro lado, têm uma certa liberdade para ligar indiretamente seus nomes a esses eventos. Lógico que estaremos atentos para as oportunidades que surgirem”, ressalta.
Quanto à operação da Inflama, Neto lembra que um evento já é legal por si próprio, não precisa ser encomendado por uma empresa. “O que nós iremos fazer é ativar a marca dos clientes nesses eventos. Não é só estampar o logo em algum lugar do local em que ele irá ocorrer. O consumidor tem que sair de lá lembrando quem ajudou a proporcionar aquele momento de entretenimento para ele. E por mais óbvio que isso seja, há poucas empresas promovendo esse tipo de ação”.
A Inflama Rio é a oitava do Grupo Talkability, que no ano passado faturou R$ 150 milhões. Já a L21 Participações, agora com 12 empresas, cresceu 15% em 2011, atingindo uma receita de R$ 78,2 milhões. Está ainda entre seus sócios a diretora administrativa do Grupo Talkability, Adriana Ribeiro.