James Fenton, Augusto Cruz Neto e Luiz Lara: novo controle acionário

 

A rede TBWA, pertencente ao grupo Omnicom, incorporou mais uma agência a seu guarda-chuva de empresas no Brasil. A holding norte-americana anunciou nesta quarta-feira (19) a compra de 70% das ações da Mood, o que dá à companhia participação majoritária na operação. As negociações para a aquisição já haviam sido adiantadas pelo propmark em fevereiro (leia mais aqui).

A Mood foi fundada em 2007 como uma agência de publicidade full-service por Augusto Cruz Neto, atual CEO, e por Luiz Lara, chairman do grupo TBWA no Brasil e primeiro sócio-investidor da empresa. Com o negócio, Lara vende suas ações para a TBWA. Já Cruz Neto mantém 28% das ações e continua na presidência da agência. Os 2% restantes foram divididos entre o alto escalão da Mood. Os novos sócios são Andrei Sanches Croisfelt (recém-contratado da DM9DDB como vice-presidente), Valdir Bianchi (vice-presidente de criação), Celina Cunha (diretora de eventos e operações), Soraya Segantim (diretora financeira) e Daniel Rios (diretor-geral de planejamento). “Fizemos esse negócio para nos fortalecermos. Era o momento de escolher uma rede para nos ajudar a crescer. A TBWA respeitou nossa condição de continuarmos autônomos e nossa decisão de manter o nome original da agência”, afirma Cruz Neto.

Lara diz que a intenção com o negócio não é fundir empresas, mas manter operações independentes dentro do grupo da TBWA no Brasil. “O Augusto quis manter parte das ações e a TBWA aceitou. Ele quis dividir parte disso com a sua equipe e a rede aceitou também. Essa não é uma aquisição como a feita por outros grupos, que adquire 100% das ações de uma empresa para depois demitir pessoas. A TBWA é mais como um clube do que uma holding”. Com o negócio, a rede amplia sua operação no país, onde já possui a ID (especializada em digital), a Lew’LaraTBWA (publicidade 360º) e as consultorias Disruption Works DAN (Digital Arts Network) – ambas funcionando junto à estrutura da Lew’Lara.

De acordo com James Fenton, CFO (chief financial officer) da TBWA Américas, que está em São Paulo para fechar o negócio, desde 2010 a rede vinha buscando operações que poderiam complementar a sua estratégia no país de se solidificar como grupo e aumentar a escala de negócio. “Comprar empresas não é o coração do modo como atuamos, mas uma estratégia. Estamos adquirindo inteligência, talentos e capacidade de inovação”, diz.

Há cerca de sete anos no mercado, a Mood cresceu 25% em 2013 e fechou o ano com faturamento de R$ 200 milhões. Tem na carteira clientes como Devassa, BGT Pactual e conquistou no primeiro trimestre Giraffas, a franquia de sanduíches Tostex e a marca norte-americana de eletroportáteis Oster.

Mesmo com a venda, os executivos garantem que a operação deve continuar independente das outras agências da TBWA no país. “A Lew’Lara é minha concorrente. Competiremos de igual para igual”, diz Cruz Neto. O benefício com a venda, segundo ele, é ganho de musculatura. “Agora a Mood faz parte de uma rede global. Temos acesso a ferramentas, à inteligência”, explica.

Luiz Lara afirma que o potencial de negócio aumenta com mais uma empresa em seu portfólio. “Temos agências diferentes para atender clientes diferentes. Se houver uma concorrência, todas as nossas empresas participam do processo. É mais chance de ganharmos contas”.