A plataforma global de mídia Teads reuniu nesta quinta-feira (29) e sexta-feira (30) profissionais do mercado de publicidade em seu evento anual Teads Talks, ralizado no Fasano Boa Vista, no interior de São Paulo. “Este é um momento em podemos discutir assuntos que não recebem o aprofundamento necessário no dia-a-dia. O grande tema é como geramos engajamento entre consumidores e marca em tempos de distração, com grande oferta de conteúdo disponível”, afirma Fabricio Proti, diretor-executivo da Teads no Brasil.
Há três anos na empresa, ele elevou a equipe de 3 pessoas para as atuais 30, e projeta crescimento de 65% na operação em 2019. A Teads, que tem origem francesa e presença em 26 países, tem exclusividade com publishers locais como Estadão, Editora Globo, Condé Nast e Metrópoles, além de trabalhar com Editora Abril, Webedia e diversos outros, com cerca de 300 publishers ao todo, atingindo audiência de 114 mihões de pessoas ou 95% da internet brasileira.
O evento teve a presença de Eric Tourtel, vice-presidente sênior da Teads Latam, que apresentou um case de Allegra (Sanofi), com uso de realidade aumentada para despertar atenção dos consumidores. A experiência imersiva permitia aos usuários se enxergarem com nariz vermelho, olhos marejados, como nos filtros de aplicativos como o Snapchat, e com animações como de espirros que “encharcavam” a tela. “A ação visava atrair atenção dos jovens e educá-los sobre o tratamento de alergia”, diz Tourtel.
Em conversa com a reportagem, ele comentou o mercado de jornalismo e disse que soluções de tecnologia com mais qualidade de dados e conteúdo podem ajudar a vitaminar o setor. “O mercado de publishers vive muitos problemas porque o dinheiro da publicidade digital acaba indo para Google e Facebook, e quase nada sobra aos outros. Somos um dos poucos que dizem ao mercado que, sim, estamos aqui e podemos alimentar as receitas dos jornais. Custa muito produzir conteúdo e se não houver assinaturas e publicidade, como faremos?”, questiona.
Impacto
Outros paineis do Teads Talks envolveram Monika Cerqueira, head da Teads Studio, Guga Stocco, que falou sobre o impacto das tecnologias disruptivas na fragmentação da atenção, e um debate entre Fernando Miranda, CEO da Easynvest, Daniel Wjuniski, CEO e fundador da Sallve, e Frederico Battaglia, Marketing Director da FCA.
Em todos os casos, o assunto da atenção dominou as discussões. “É um desafio contar histórias sendo que quatro a cada cinco pessoas que estão nos sites estão fazendo outras coisas ao mesmo tempo, e com média de 3 a 5 segundos de concentração em um assunto. Conquistar a atenção das pessoas reflete na lembrança de marca e intenção de compra”, avalia.
Para evitar o adblock, ela disse que a Teads se apega a práticas como qualidade do inventário através de parceria com publishers de perfil premium, o contexto do anúncio em meio ao conteúdo, evitando a poluição, e se adequar aos diferentes momentos da jornada do consumidor. O tamanho do desafio de se despertar atenção em meio a tanto conteúdo na internet fica evidente na quantidade de movimentações na barra de rolagem dos sites. A média, diz Monika, é de uma Estátua da Liberdade por dia por usuário.