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Nos últimos anos, o que mais se viu no cenário nacional de comunicação foi o surgimento de emissoras de rádio segmentadas. Um exemplo é a SulAmérica Trânsito. Mário Baccei, vice-presidente de rádio do Grupo Bandeirantes, disse que a segmentação deixou de ser uma tendência e virou uma característica do meio rádio. “Olhando para os negócios do Grupo Bandeirantes, a segmentação nos permitiu criar várias plataformas de conteúdo e oferecer para o mercado uma diversificação de público e, é claro, um melhor retorno comercial”, disse Baccei.

O executivo revelou que o principal desafio hoje é continuar criando novas plataformas, “principalmente no ambiente digital, onde já começou o movimento de segmentação”.

Outro exemplo de segmentação é a Nova Brasil FM. Focada em música popular brasileira, a emissora nasceu em junho de 2000 com o objetivo de incentivar o gênero musical. Atuando em São Paulo, Campinas, Brasília, Recife e Salvador, a Nova Brasil FM mescla, em sua programação, os clássicos de MPB com os lançamentos de artistas. Além da música, durante 24 horas, a Nova Brasil FM leva ao ar as notícias mais importantes do Brasil e do mundo, misturando música e informação.

Claudia Rei, diretora de comunicação do Grupo Solpanamby – dona da Nova Brasil –, não acredita que a segmentação das emissoras é uma tendência. “Para nós, mais do que seguir uma tendência, foi uma escolha”, diz. “A Nova Brasil há 16 anos decidiu dedicar-se à música brasileira, enaltecer os nossos talentos e a nossa cultura, agregando a MPB ao seu DNA. Não enxergo como uma tendência, hoje. Algumas rádios segmentadas nos últimos anos surgiram por demanda e não por conceito”, disse a executiva.

Ainda de acordo com ela, uma das principais vantagens de ser uma emissora segmentada é conseguir falar com uma audiência sem dispersão. “Não vendemos somente números, vendemos conceito, afinidade e qualidade. Com isso, criamos um relacionamento sólido e eficiente com o ouvinte”, contou.

Claudia diz ainda que a interação com o ouvinte vai além da música tocada na rádio. “Ela está no conteúdo de MPB presente no site e nas redes sociais da rádio, na possibilidade de o ouvinte assistir o seu cantor favorito nos inúmeros projetos e shows que a Nova Brasil FM desenvolve durante o ano”, destacou. “Tudo isso cria um diferencial e faz com que o trade publicitário consiga identificar o perfil dos ouvintes, facilitando a entrega para os anunciantes”, completou.

CONTEÚDO
A Rádio Estadão, que surgiu em 2011, tem com foco o conteúdo. “Queremos ser relevantes para o ouvinte”, disse Luis Fernando Bovo, editor-executivo de conteúdos digitais. Para o executivo, a tecnologia derrubou barreiras. “Antes, você só conseguia ouvir uma rádio se estivesse na área de cobertura dela. Agora, com a internet, você consegue ouvir em qualquer parte do mundo”, contou.

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O editor-executivo falou ainda sobre a integração que existe entre as redações da rádio e do jornal. “A nossa campanha é: ‘quando não puder ler, ouça’”, destacou Bovo.

José Camargo Junior, diretor-executivo da 89 FM, concorda com Bovo e afirma que a tecnologia ajudou bastante na conquista de novas audiências. “Hoje, de acordo com o Ibope, a audiência pela internet chega a 12%”, disse. “Antes era de apenas 1%”, reforçou.

Outro ponto positivo é a interatividade, como explica Junior. “O feedback dos ouvintes é muito maior e muito mais rápido. Além disso, nós temos um programa que é feito basicamente pelos ouvintes, que escolhem dez músicas”, disse.