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É um acordo global entre Telefônica Digital e Rhapsody que traz o serviço de streaming Napster para o Brasil. A empresa de telefonia espanhola comprou uma participação da companhia norte-americana, dona da marca de músicas na nuvem, para uma expansão estratégica no campo fonográfico – para o qual o Brasil é um dos mercados-chave. O grupo não revela se a partir de agora tem participação majoritária dentro da Rhapsody, mas, com o acordo, ele passa a ter exclusividade nas ações com a marca.
O Napster chega oficialmente no mercado brasileiro no dia 1º de novembro, após negociações que começaram há um ano, por meio do Terra, pertencente à Telefônica. O serviço chega ao país com um catálogo de 10 milhões de música e planos de assinatura que variam de R$ 8,90 para pacotes na web a R$ 14,90 para ouvir músicas em dispositivos móveis e no modo offline.
A marca irá substituir o Sonora, serviço do Terra para streaming de música. “Estamos em 19 mercados, incluindo Estados Unidos, Espanha e América Latina. Música é o foco estratégico para nós”, disse Paulo Castro, CEO do Terra. A meta é que a base de assinantes de música do Terra cresça 30% com a parceria.
O Naspter nasceu em 1999 nos Estados Unidos e, depois de passar pelas mãos de empresas como Roxio e BestBuy, foi adquirido pelo Rhapsody em 2011. No ano passado, a companhia começou a expansão da marca pela Europa, onde está em 17 países. A partir da parceria com a Telefônica, o Napster finalmente estreia na América Latina. O responsável pela expansão do serviço é Tiago Ramazzini, vice-presidente do Naspter para a região. O executivo assumiu a marca em junho, após deixar o Terra, onde liderou a internacionalização de Sonora.
Naspter chega ao país para competir com outros players já estabelecidos no setor de streaming, como o norte-americano Rdio e o francês Deezer. O sueco Spotify também se prepara para iniciar suas atividades no país e vem contratando profissionais. O executivo Gustavo Diament, ex-diretor-geral de marketing da Claro, foi recrutado para comandar a operação do Spotify no Brasil.
Um dos pontos que colocam o serviço em desvantagem frente aos seus concorrentes é o catálogo de músicas. O Naspter chega com 10 milhões, contra acervo de 25 milhões de músicas do Deezer e 18 milhões do Rdio. O estreante, porém, disse que planeja aumentar seu catálogo nos próximos meses. “Pretendemos ampliar o nosso número para 18 milhões até dezembro deste ano”, disse Ramazzini. O Napster tem um acervo de 22 milhões globalmente.
Para as principais gravadoras, o modelo de assinaturas é um importante segmento para continuarem saudáveis financeiramente. De acordo com Claudio Vargas, vice-presidente de digital e de novos negócios da Sony, 40% do faturamento de sua empresa vem do setor de digital, o que inclui streaming e download de músicas pela internet. “Percebemos, do ponto de vista global, que a indústria fonográfica está se adaptando a diferentes modelos para entregar conteúdo para o usuário”, afirmou. “No último relatório da indústria, tivemos crescimento após uma série de perdas graças ao digital”, enfatizou.