Uma das boas fontes de atualização de tendências é o TrendWatching, que tem uma assinatura gratuita, que garante uma boa informação por intermédio das suas newsletters. Como faz todo ano, a plataforma divulgou uma seleção de cinco tendências para 2019, as quais compartilho com você.

1 – Legislative Brands (Marcas que legislam/Marcas “legais”). O crescente engajamento das pessoas a causas de interesse coletivo tem impulsionado marcas para uma tomada de posição mais contundente. E, mais do que um simples engajamento, valoriza-se agora a atitude corajosa de marcas que estão dispostas a lutar legalmente por aquilo que acreditam ser melhor não para si, mas para a sociedade.

O report traz o exemplo da Beautycounter, plataforma americana de venda direta de cosméticos, que custeou a viagem de funcionários de diversos estados americanos para irem a Washington fazer lobby e lutar contra uma lei que daria autoridade ao FDA de regular ingredientes de cosméticos. Eu acrescento o exemplo da Nike australiana, que fez campanha aberta pelo voto Sim no plebiscito popular relacionado ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

2 – Labrats (Ratos de laboratório). Com o avanço da medicina (principalmente a tecnologia em torno dela), as pessoas estarão cada vez mais dispostas a se tornarem “ratos de laboratório“, submetendo-se a processos experimentais para melhorar sua saúde e bem-estar.

O relatório destaca os diversos aplicativos já existentes para ajudar as pessoas no monitoramento da sua saúde e bem-estar, entre eles Fitbit, Strava, MyFitnessPal e Apple Health. Mais uma nova etapa está sendo realizada.

Compartilhando o seu DNA, você poderá ser melhor monitorado e submetido a uma série de produtos e dietas “tailor-made”. É o caso do Nestlé Wellness Ambassador, um programa lançado este ano no Japão.

Fornecendo o seu DNA, teste de sangue e hábitos alimentares, o programa estará apto a fazer uma recomendação de dieta alimentar ideal para o seu caso.

3 – Open source solutions (Soluções abertas). As empresas deverão ser menos “egoístas” na busca de soluções para seus problemas e serem mais magnânimas, dividindo-as com as demais empresas. É o caso de grande impacto vivido pela Starbucks.

Uma das suas lojas tratou inadequadamente pessoas afroamericanas que estavam no seu interior, julgando-as simplesmente pela aparência, exigindo que consumissem para poder usufruir do espaço.

O incidente virou caso de polícia. A Starbucks não só admitiu o erro da gerente da loja como usou o incidente para estabelecer um programa de treinamento fechando nada menos de 8 mil lojas dos EUA para uma reciclagem sobre procedimentos nas relações com clientes. Em vez de guardar para si, a rede de cafeterias abriu o seu programa de treinamento para qualquer empresa interessada, o que torna o fato exemplar para ilustrar essa tendência.

4 – Super Human Resources (Recursos sobre-humanos). Com a Inteligência Artificial invadindo diversos processos, começaram a aparecer os vieses antiéticos gerados pelos algoritmos. Reconhecimento facial atribuía um grau de suspeição a pessoas de aparência fora dos padrões dominantes, por exemplo.

Um fato exemplar é a criação pela IBM de diversas ferramentas para corrigir possíveis vieses no uso de IA. As ferramentas podem ser usadas logicamente na plataforma Watson, proprietária IBM, mas também em outras, de terceiros.

5 – Fantasy IRL (Fantasia na vida real). Neste mundo estressante, cada vez mais pessoas estão dispostas a fantasiar a realidade. Um bom exemplo é a experiência proporcionada pela Celebrity Cruises, que incluiu uma ação inusitada num dos restaurantes dos seus navios.

Trata-se da experiência Le Petit Chef: uma animação de um minichef virtual, projetada sobre a mesa e os pratos, provocando uma interação virtual com os alimentos reais, servidos no restaurante.

O que coube neste espaço foi um curto resumo dessas tendências. O report completo pode ser acessado no site trendwatching.com. Aproveite!

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) (alexis@fenapro.org.br)