Cena de filme da campanha Quem ama tranquilidade, ama Tigre, criada pela Talent Marcel em comemoração aos 80 anos da marca (Divulgação)

A receita da Tigre aumentou 15% em 2020. A alta reflete o impulso que a construção civil ganhou com o boom de reformas feitas durante a pandemia da Covid-19. O setor foi responsável por gerar 97% dos empregos formais no período.

Reconhecida como uma das companhias brasileiras mais internacionalizadas, a marca, presente em cerca de 30 países, acaba de adquirir a fabricante norte-americana Dura Plastic Products, se tornando uma das cinco maiores empresas de conexões de PVC dos Estados Unidos, segundo polo de produção da Tigre, atrás apenas do Brasil.

Com mais de cinco mil funcionários, 10 plantas em solo nacional e 14 no exterior, Tigre está presente em 92 mil pontos-de-venda de todo o Brasil com produtos para os mercados predial, de infraestrutura, irrigação e industrial.

No ano em que completa oito décadas de vida, a empresa catarinense alinha o seu crescimento à ambição de “sermos líderes incontestáveis e referência nas Américas em sistemas de condução de água”, conta Luis Filipe Fonseca, diretor-executivo de negócios do Grupo Tigre no Brasil.

Luis Filipe Fonseca, diretor-executivo de negócios do Grupo Tigre no Brasil (Divulgação)

O executivo segue otimista com as perspectivas oriundas do agronegócio a partir do mercado de irrigação, e também do saneamento estimulado pelo Marco do Saneamento Básico. Cuidar da água para transformar a qualidade de vida das pessoas está no DNA da marca, que participa de diversas iniciativas para assegurar a gestão sustentável do recurso e do saneamento até 2030. Existem mais de 100 milhões de brasileiros sem acesso à rede coletora de esgoto, segundo dados do Instituto Trata Brasil.

O cenário da construção também é promissor. Financiamentos imobiliários, que usam recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), alcançaram R$ 97,05 bilhões no primeiro semestre deste ano, alta de 123,9% ante 2020.

É o maior índice registrado desde o início da série histórica, em 1994. As condições de compra também amparam a projeção da Tigre. “As taxas de juros ainda são baixas, considerando o histórico, eram de 15,6%, em 2016, e caíram para 7,6%, em 2020, o que implica em queda de valor do imóvel de 36% para um financiamento em 20 anos”, analisa.

Obras da publicidade
Metais e pincéis são outras frentes de investimento da empresa. Mas foram os tubos e conexões que ajudaram a construir a história da marca. Na década de 1970, o ator Lima Duarte, o Zeca Diabo – famoso como o justiceiro de O Bem Amado, clássico da teledramaturgia brasileira -, recomendava: Tem que ser Tigre. Depois veio Chico Anysio no papel de Alberto Roberto, que ensinou a reconhecer as patinhas do Tigre.

Na década de 80, Lima Duarte recomendava: Tem que ser Tigre (Divulgação)

A lei do mais forte vigorou com as batidas do detetive Ted Tigre e Joana D’Água na busca pela “marca das três patas” entre 1986 e 1994. Já a assinatura Quem faz com Tigre, faz pra sempre destacou até 1999 a qualidade das soluções.
Um ano depois, chegou Fuja do mico, use Tigre, primeiro trabalho criado pela Talent Marcel, agência da marca.

O slogan foi utilizado até 2008, quando mudou para Quem não faz com Tigre, dança, veiculado até 2010 com direito a alertas divertidos de tudo o que pode dar errado em uma reforma. Já Quem usa Tigre é autoridade no assunto, usado de 2011 a 2014, enfatizava o papel dos especialistas.

Em 2015, a marca continuou aconselhando o brasileiro: Se não for Tigre, melhor não. O mote foi seguido por outra obra da publicidade. Jujuba de anis? Cajuzinho diet? Arrotinho de bebê? Expressões pouco educadas do dia a dia foram substituídas por Palavrões fofinhos em uma brincadeira que conquistou o prêmio Profissionais do Ano, da Rede Globo, em 2016.

E o que dizer do motorista que atropela um homem e mesmo assim sai como vítima da situação por fazer uma obra sem Tigre?. O filme Acidente de carro faz parte da campanha Tá com obra? Vai de Tigre, de 2017. Tigre continua surpreendendo (2018) e Vá de Tigre do começo ao fim (2019) vêm na sequência. A linha de comunicação bem-humorada permanece.

“A atual campanha aborda a questão de canos, tubos e ralos não serem ‘presentes desejo’, embora façam toda diferença numa casa”, frisa Fonseca. A marca admite que “ninguém ama tubo tanto assim” para celebrar o seu aniversário.

Sinceridade, confiança, qualidade, relacionamento duradouro e proximidade são os atributos reforçados na campanha Quem ama tranquilidade, ama Tigre, composta por filme para TV, conteúdo digital e spot. “Assumimos que as pessoas amam a Tigre porque ela representa a tranquilidade de confiar em alguém já conhecido de longa data”, reforça Fonseca.

A estratégia inclui a promoção 80 anos de tranquilidade com Tigre, que distribuirá mais de R$ 1 milhão em prêmios aos consumidores. “Essa é a maior iniciativa promocional dos últimos anos”, garante Fonseca. Ativação, ponto de venda e incentivo para vendedores, parceiros e balconistas também integram a ação elaborada pela Rock Shopper Experience. Sorteios diários vão até outubro.