O Auditório Ibirapuera abre suas portas na noite do dia 7 de novembro para receber a cerimônia de premiação dos homenageados da 13ª edição do Trip Transformadores. O evento terá patrocínio do Grupo Boticário e da IBM, com o copatrocínio de GOL e Ambev e apoios de AlmapBBDO, Academia de Filmes, Update or Die! e Suzano.

O Trip Transformadores elege todos os anos, desde sua criação, em 2007, homens e mulheres com histórias inspiradoras e que usam seus talentos e sua visibilidade para defender e reverberar causas importantes para transformar o mundo. “O prêmio existe para celebrar pessoas que descobriram maneiras mais inteligentes e generosas de gastar o tempo na nossa breve passagem por este planeta”, afirma o editor e fundador da Trip, Paulo Lima.

Os dez homenageados desta edição já estão definidos. Eles receberão seus prêmios em um evento com a direção criativa de Marcello Dantas e apresentação do ator Lee Taylor. A cerimônia será pontuada por shows de artistas e músicos, receberá 800 convidados e será transmitida ao vivo pelo YouTube e pelo Facebook nos canais da Trip.


Conceição Evaristo é uma das homenageadas pela Trip no ano

Os homenageados do Trip Transformadores 2019:

Altamiran Lopes Ribeiro – Piauiense de 39 anos, ele defende que preservar o modo de vida de comunidades tradicionais, de quilombolas a quebradeiras de coco, é também cuidar do meio ambiente. Há oito anos, atua como coordenador da Pastoral da Terra. Há seis, tem dedicado esforços ao Matopiba, área que abrange partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é conhecida como a “última fronteira agrícola” do país.

Conceição Evaristo – Escreve desde a adolescência, mas só em 1990, aos 44 anos, publicou seu primeiro livro. Em 2015, a escritora e educadora mineira ganhou um prêmio Jabuti. Em 2018, apareceu cotada para a Academia Brasileira de Letras. Seria a primeira mulher negra a fazer parte desse reconhecido panteão das artes. Apesar de intensa campanha popular, perdeu o lugar para Cacá Diegues. Seu trabalho é fundamental para promover a temática negra e combater o racismo estrutural no Brasil.

Dexter e Iberê Dias – O rapper Dexter e o juiz Iberê Dias juntam forças para promover o projeto Trampo Justo, iniciativa de Iberê dedicada a cerca de oito mil jovens que vivem em casas de acolhimento no estado de São Paulo. O foco é criar pontes para o mercado profissional para quem, aos 18 anos, precisa encarar o mundo sozinho. Para o juiz, a figura de alguém como Dexter, que fala de igual para igual com esses jovens, é fundamental para o sucesso do projeto.

Eduardo Schenberg – Neurocientista com mestrado em psicobiologia, ele estuda e busca tratamentos mais eficientes para transtornos mentais por meio do uso seguro de drogas psicoativas, como ayahuasca e MDMA. Atento ao avanço das pesquisas com psicodélicos no exterior, Schenberg criou, em 2011, o instituto Plantando Consciência, voltado a essa abordagem no Brasil. Segundo ele, apesar de mal falados, os psicodélicos, quando empregados terapeuticamente, fornecem resultados mais eficazes do que os tratamentos psiquiátricos atuais. 

Pedro Bial – Correspondente internacional, diretor de documentários, repórter de guerra e apresentador de reality show, o jornalista de 61 anos é um dos maiores comunicadores do Brasil. Sua mais recente missão é levar para a TV,em rede nacional, debates de alto nível sobre importantes temas da atualidade. Racismo, luto, ciência e religião são discutidos de modo amplo e com cuidado. Em um momento especialmente polarizado no país, Bial tem promovido encontros entre pessoas dos mais diversos perfis.

Rodrigo Hübner Mendes – Fundador do instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos que atua na promoção da educação inclusiva, o administrador de empresas é mestre em gestão da diversidade humana pela FGV, onde atua como professor. Rodrigo Hübner Mendes ficou tetraplégico aos 18 anos, depois de levar um tiro no pescoço durante um assalto. O paulistano transformou uma situação de adversidade em uma alavanca, em vez de uma âncora. Ele dedica sua vida a garantir que pessoas com deficiência tenham acesso à educação de qualidade na escola comum, sem segregação em escolas especiais. 

Simone Mozzilli –Publicitária, desde 2006 fazia trabalho voluntário junto a crianças em tratamento contra câncer. Em 2011, Simone enfrentou um tumor agressivo. Descobriu também imensas lacunas na comunicação com ospacientes. Em 2013, criou a ONG Beaba, que torna mais compreensível o entendimento de conceitos e tratamentos oncológicos para crianças, adolescentes, pais e acompanhantes, que, muitas vezes, saem de suas cidades para buscar hospitais e centros especializados nas grandes metrópoles. As ações da ONG já impactaram mais de 700 mil pessoas. Em 2018, Simone transformou a cartilha que desenvolveu em um game que já soma cerca de 15 mil downloads. 

Tábata Amaral – Aos 25 anos, exerce seu primeiro mandato como deputada federal. É conhecida dentro e fora do país por seu ativismo pela educação, que começou ainda no ensino médio. Em 2010, criou o projeto VOA!, que prepara alunos de escolas públicas para participar de olimpíadas científicas. Em 2014, fundou o Mapa Educação, que fiscaliza políticas educacionais de ensino e realiza debates para tornar a educação uma prioridade na agenda brasileira. Filha de um cobrador de ônibus e de uma diarista, venceu diversas olimpíadas científicas e conquistou uma bolsa integral na universidade Harvard (EUA), onde se formou em ciências políticas e astrofísica.

Walter Casagrande – Dono de uma bem-sucedida carreira no futebol, o ex-jogador e comentarista passou por um longo e doloroso processo de reabilitação para se livrar da dependência química. Hoje é uma das pouquíssimas personalidades que têm coragem falar publicamente sobre o tema, ajudando a desconstruir o estereótipo que envolve a doença. 

Yvonne Bezerra de Mello – Educar crianças em situação de vulnerabilidade social é a missão da carioca Yvonne, 72 anos. Depois de viver anos na Europa e após um doutorado na Sorbonne (França), ela retorna ao Brasil. Em 1980, passou a se dedicar a entender o aprendizado de jovens que vivem em estado de guerra. Desenvolveu a metodologia Uerê-Mello, que já ajudou mais de 7 mil crianças, capacitou cerca de 18 mil professores no Brasil e no exterior e hoje auxilia países europeus a lidarem com alunos refugiados. Yvonne aplicou a metodologia com sobreviventes da Chacina da Candelária, tragédia que presenciou em 1993. Tempos depois, abriu uma escola para os sobreviventes do episódio. Nascia, assim, o projeto Uerê, na Favela da Maré.