Nas palavras de Paulo Lima, CEO e fundador da Trip, “o mundo está cada vez mais líquido e difícil de ler.” Por esta razão, dar voz às minorias permeia o tom editorial dos produtos do grupo que fundou há 35 anos e tem o prêmio Trip Transformadores em linha com o conceito. Na impossibilidade da 14ª edição ser presencial, será apresentada na TV com debates entre os vencedores e formadores de opinião.
O primeiro dos 5 episódios foi exibido na TV Cultura no último sábado (22) com o ambientalista, escritor e líder indígena Alton Krenak, um dos premiados, entrevistado pelo cineasta Fernando Meirelles. A apresentação do programa é feita pelo ator Lázaro Ramos, cedido pela Rede Globo, que não cobrou cachê pela participação. A exibição será sempre aos sábados, às 22h. O último episódio vai ao ar no dia 19 de junho.
Além de Krenak, o Trip Transformadores destaca Neide Santos, do projeto Vida Corrida; Luiza Batista, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas; Jaqueline Goes de Jesus, biomédica do Instituto de Medicina Tropical da USP; o influencer Felipe Neto; o rapper e empresário Emicida; o físico Ricardo Galvão; Celso Athayde, líder da Central Única das Favelas; Edu Lyra, do Gerando Falcões; e Rodrigo Pipponzi, da MOL. Cada programa terá textos poéticos de Milly Lacombe sobre cada contemplado com o Trip Transformadores interpretados por nomes conhecidos. No caso de Felipe Neto, por exemplo, a interpretação do texto foi feita pelo ator Bruno Gagliasso.
“Esse prêmio não é para falar bem da Trip; é para os invisíveis da sociedade. A ideia é falar de gente que é melhor do que a gente, que faz parte da nossa história, que é entender o comportamento humano. E buscar diversidade: jovens, velhos, negros, LGBTQIA+, ativistas, educadores, ambientalistas, indígenas e minorizados. Os patrocinadores gostam muito do formato”, explica Lima, lembrando que a marca Smiles é a patrocinadora e O Boticário e Danone copatrocinadores. Além do apoio da Sabesp, Suzano, AlmapBBDO, GOL e Twitter.
O Trip Transformadores já chegou a reunir 30 mil pessoas em apenas uma edição. O presencial, “quando for possível”, vai retornar, mas o formato TV vai continuar, Lima lembra que a Trip teve programa na Band e a relação com a TV Cultura está sendo azeitada “de forma satisfatória para ambos os lados”. A trajetória da Trip começou no rádio há 37 anos com o programa Surf Report Visual Esportivo, quando Lima trabalhava na revista Visual Esportivo. “Mas há 35 anos virou Trip”, ele relembra. O rádio permanece com programa semanal na Eldorado, de São Paulo.
A penetração de Trip está relacionada às suas opções editoriais. Elas reforçam o branding do grupo, apelo para os planos de mídia dos anunciantes e a abertura para novos negócios e plataformas. “A trip da Trip sempre foi se reinventar nesses 35 anos de atividades. Isso é fundamental para um empreendedor independente no Brasil, caso contrário desaparece.” Portanto, precisamos ter um radar para ler e antecipar movimentos do mercado. Continuamos fazendo isso: compreender o comportamento humano”, destaca Lima. A clareza do modelo conteúdo B2C focado nas minorias foi acertivo para o sucesso da Trip. Graças a isso, o mercado aderiu à proposta das revistas customizadas.
“Certo dia, devido a esse estilo, fomos abordados por um banco de 200 anos sobre algo que estava chamando a atenção de toda a diretoria: 30 profissionais estavam optando pela mudança de sexo. Explicamos o que é ser transgênero e a importância de não ter preconceito. As customizadas são o maior faturamento da empresa. Trabalhamos há 20 anos com a GOL, mas temos no portfólio trabalhos para Natura, Ambev, Audi e C&A”, elenca Lima. “Estamos atuando mais no lado estratégico, fornecendo consultoria para diversidade, gênero e preconceito. Para Smiles, Iguá Saneamento e Madero”, acrescenta.
O digital trouxe novos desafios para a Trip. No YouTube tem 500 mil inscritos e 1 milhão de seguidores. Atualmente, por meio da Trip Filmes, tem projetos em andamento para Netflix e canais de TV.