Alê Oliveira

Maior cidade do Brasil, a capital paulista tem poucos parques de diversão. De olho nessa lacuna de mercado, o novo Parque da Mônica aposta todas as fichas na força da marca, como conta Carol Fátima, gerente de marketing e vendas do parque. Com um modelo de negócios de pagamento por royalties, o Parque da Mônica é resultado de uma parceria exclusiva de licenciamento entre o Grupo São Joaquim e a Mauricio de Sousa Produções. O empreendimento ganhou na semana passada o Prêmio Lide de Marketing Empresarial, na categoria Marketing de Entretenimento. 

Qual é a proposta do novo Parque da Mônica?
A proposta é levar diversão para as famílias brasileiras e promover a interação entre pais e filhos. O objetivo é que os pais brinquem mais com os filhos por meio de uma proposta mais lúdica e interativa. Hoje temos os dois tipos de atração: tanto a a mecânica quanto a interativa. Nos dois casos a gente consegue unir a diversão da família.

O parque vem preencher uma lacuna em São Paulo?
Acredito que sim. Hoje o mercado, por diversos motivos, é bem carente desse tipo de diversão. Óbvio que a gente tem várias opções de lazer, porém, uma cidade como São Paulo, com mais de dez milhões de pessoas, precisa de mais propostas de diversão para a família.

Como está a repercussão?
Estamos bem felizes. O público está respondendo muito bem ao novo parque. Tanto em relação às atrações como em relação à Vila da Mônica, que é interativa, permite que os pais brinquem com os filhos, sendo que as crianças podem assistir ao show musical com a Turma. A gente vem mantendo a expectativa de público de 2,5 mil por dia, sem ainda trabalhar muito a divulgação, porque começamos a campanha recentemente.

Quais são as expectativas?
Já somos o primeiro parque indoor da América Latina e pretendemos permanecer dessa forma. Temos expectativa de fechar este ano com mais ou menos 300 mil visitantes no segundo semestre. Para o ano que vem, a expectativa é atender mais de meio milhão, fechar em 600 mil. Agora vamos abrir o atendimento para grupos escolares e empresas conveniadas. Enfim, tornar o parque reconhecido como o principal entretenimento que promove a interatividade entre pais e filhos. Esse é o nosso objetivo no mercado.

Como é a campanha publicitária?
Estamos com a campanha “Parque da Mônica, aqui a família toda se diverte”. O objetivo da ação, que está online e offline, é, principalmente, apresentar o parque para o público. A campanha mostra o parque com muita nitidez, a família brincando no parque e cada pedacinho dele para que as famílias brasileiras possam entender o que vão encontrar aqui. A ação mostra as atrações, a Vila da Mônica, que é o coração do parque onde a gente tem mais interatividade, e mostra que aqui tem alimentação.

Qual agência criou a campanha?
A F&Q.

Que mídias estão sendo utilizadas?
Estamos em campanha com TV aberta e fechada, mídia impressa, digital e nas redes sociais, além de mobiliário urbano. O objetivo agora é mostrar o que é o parque para o maior número possível de pessoas. São Paulo é gigante, então tem que tentar comunicar da melhor forma possível. A campanha está bem abrangente.

Até quando a campanha fica no ar?
Até dezembro.

Qual é o investimento na campanha?
Não podemos revelar os valores, mas foi uma verba significativa.

São inserções diárias?
Depende muito do mês. Na Globo e no SBT, por exemplo, a gente tenta pulverizar um pouco mais, principalmente em alguns programas em que o público é infantil e as mães geralmente também estão assistindo junto. Já nos canais fechados, que são Cartoon e Discovery, a gente pulveriza de quinta a sábado, que é quando o púbico tem a expectativa de ir ao parque.

Que linguagem foi utilizada?
A campanha busca mostrar a família se divertindo junto. No final da montanha-russa, quando a criança sai, ela vira um adulto. Ou seja, quando o adulto está aqui dentro ele se transforma em uma criança. Afinal, esse é o nosso objetivo. Além de apresentar o parque, a campanha mostra que aqui o adulto se diverte com o filho. O que a gente quer tentar preservar é o lúdico e a brincadeira entre a família.

Qual o peso da marca Turma da Mônica no projeto?
É 100%. É uma marca muito forte, que está presente na vida de muitas pessoas, com um público-alvo de zero a 100 anos. Enfim, ela é extremamente admirada, conhecida e conquistou o Brasil. O Mauricio de Sousa é um ícone e a Turma da Mônica é um ícone muito forte. Eu considero uma das marcas brasileiras mais fortes. E a associação com essa marca, por si só, já facilita toda a divulgação do parque, porque ela vem com um peso muito grande. É, digamos assim, meio caminho andado.

Quais são os ativos da marca?
É uma marca líder, com 88% de mercado. Possui o maior estúdio de artes do Brasil, com 150 artistas. Tem 188 títulos e mais de 2,5 milhões de exemplares impressos mensalmente. São mais de 1 milhão de revistas vendidas, mais de 2 milhões de livros, mais de 5 milhões de livros didáticos, 3 mil itens licenciados e mais de 150 empresas licenciadas. Acho que com esses números a gente consegue ver o peso da marca. E para o parque foi essencial toda essa solidez da marca, que se comunica com diversos públicos, porque nosso objetivo é atingir a família. Isso fez com que a gente firmasse essa parceria.

Como é o modelo de negócio?
O Grupo São Joaquim (dono do Shopping SP Market, onde o parque está instalado, na zona sul de São Paulo) é responsável pela operação, com todo o know-how e expertise para operar o parque de diversões, assim como fez anteriormente no Parque da Xuxa e antes no do Gugu, e a Mauricio de Sousa Produções entra com o conteúdo artístico. É uma parceria exclusiva de licenciamento. O modelo de negócio é royalties.

Já começou o trabalho nas redes sociais?
Além da campanha na TV e nas mídias impressas, a gente procura trabalhar no Facebook e no Instagram a ideia dos personagens inseridos no contexto do parque, trazendo um pouco do conceito do que era o Parque da Mônica antigamente para algo mais moderno hoje e atingir todos os públicos. É uma marca que não tem rejeição.

Foi grande a mudança do novo Parque da Mônica em relação ao anterior?
Sim, mas a essência do parque, que é o Bairro do Limoeiro, que havia no antigo (que funcionou no Shopping Eldorado), tentamos manter no atual, com a mesma interatividade. Óbvio que ainda temos algumas mudanças para fazer. A gente trouxe agora atrações mecânicas. No parque anterior, as atrações eram mais interativas. Estamos com ideias também de trazer atrações antigas para compor mais o cenário. A gente quis trazer um pouco do interativo que havia no parque anterior misturando com o tecnológico, importante principalmente para as crianças maiores.

O parque foi totalmente reformado e algumas atrações do Parque da Xuxa foram mantidas?
Sim, algumas atrações como a montanha-russa e o splash, batizados agora como Montanha-Russa do Astronauta e Horacic Park, foram mantidas. Mas colocamos muito esforço na Vila da Mônica, que tem a Casa da Mônica, a Cozinha da Magali, o Quarto do Cebolinha e a Piscina de Bolinha do Cascão, além da roda-gigante, nosso cartão-postal.

Quais são os patrocinadores do parque?
Como o parque abriu muito recentemente, estamos ainda na busca de patrocinadores. Temos alguns assinando contratos, mas estamos em negociação. Hoje o que temos é a Huggies, que patrocina o fraldário, e também temos parceria com o Picolé Jundiá, que já era licenciado da Turma da Mônica.

O McDonald’s não é patrocinador?
Ele é parceiro, a lanchonete oficial do parque. Ainda vem muita novidade por aí.

As marcas com que vocês estão negociando estão dentro do universo infantil?
A gente só aceita se entra, não só no universo do parque, como, principalmente, no do Mauricio de Sousa. Mas todos os patrocinadores, independentemente de trabalharem ou não com o público infantil, a gente os insere no contexto do parque.

Foi realizada concorrência para a escolha de agência de publicidade?
Sim, sempre trabalhamos com concorrências. É uma premissa do Grupo São Joaquim. A F&Q participou de uma concorrência grande, que envolveu dez agências. Ela ganhou pela proposta da campanha, solidez de mercado e apresentação do plano de mídia que mais se adequou ao que a gente estava pretendendo. A parceria com a F&Q está muito bacana.

Qual a importância da comunicação para o parque?
É muito importante, porque a gente precisa apresentar o parque, que é uma novidade, mostrar onde ele está localizado e comunicar qual a proposta. A gente faz pesquisas diariamente e posso dizer que o parque está agradando bastante o público.

Os shows acontecem diariamente?
Sim, são diários. A gente tem a apresentação do musical da Turma da Mônica, “O sonho não acabou”. Nos fins de semana são duas apresentações para atender todo o público. O show é muito bonito, lúdico, todo produzido pela Mauricio de Sousa Produções.