Os fãs do futebol europeu já estavam acostumados a acompanhar no perfil do canal Esporte Interativo no Facebook e YouTube jogos ao vivo da Champions League. Com a interrupção do torneio devido à pandemia da Covid-19, um espaço nobre na grade ficou em branco após a ausência das partidas, compilado de melhores momentos e análises de pós-jogo.
Nem por isso, a audiência ficou desamparada.

Alê Oliveira recebe às sextas-feiras personalidades do esporte e do entretenimento para a sua resenha na internet

Desde meados de março, a Turner, detentora do Esporte Interativo, adaptou sua grade, inseriu novas atrações e trouxe reprises de clássicos da Champions. O resultado não demorou a aparecer. “A Turner entrou muito cedo na quarentena, foi uma decisão acertadíssima”, explica Diego Vieira, head de conteúdo e estratégia de esportes da Turner no Brasil. “Hoje, após um mês, está fácil dizer que tivemos resultado, que as mudanças foram eficientes”, destaca o executivo.

Para Vieira, do ponto de vista de audiência, o rendimento do EI era privilegiado em todas as plataformas enquanto os campeonatos estavam rolando antes do isolamento. Com a quarentena, adaptações foram necessárias. “Se olhar para o mercado brasileiro, todo mundo teve uma queda de audiência. Por mais criativa a produção de conteúdo, não há o suporte dos jogos. Do nosso lado, se a Champions League para, não temos os melhores momentos, não tem o ao vivo. A gente não esperava fazer hoje o mesmo que fazia na pré-paralisação. Porém, se olhar os produtos, temos números muito interessantes”.

Diego Vieira, da Turner Brasil: “A grande lição é não ter medo de explorar novas possibilidades”

Na reprise da partida entre Barcelona x Manchester City, na temporada 2016/2017 da Champions, exibida no último dia 21 de abril, por exemplo, o EI somou apenas no Facebook quase 900 mil visualizações. Já entre as novidades da grade, destaque para a estreia da Quarentena do Alê, atração veiculada às sextas-feiras com entrevistas bem-humoradas com jogadores e outras personalidades. Já passaram por lá convidados como Kaká, Fabio Porchat e Daniel Alves, em conversas que chegaram a quase 100 mil visualizações.

Entretenimento
Para oferecer à torcida a emoção de uma partida de futebol, além da competição em si, o Esporte Interativo lançou a Copa EI Games de Fifa 2020, em que oito jogadores de times da série A do Campeonato Brasileiro disputam virtualmente jogos de futebol. A primeira edição foi veiculada de 19 a 26 de abril e, devido aos bons números, o canal estuda nova temporada em breve. “Num momento em que o torcedor não pode torcer pelo seu time em campo, nem sabe quando vai voltar, promovemos entre grandes times do Brasil um torneio de Fifa 2020”, afirma Vieira.

O executivo destaca que esta não é a primeira experiência do EI com eSports. “A gente tem uma comunidade de gamers engajada há muito tempo. Temos perfis específicos no Instagram e YouTube com mais de 800 mil seguidores”, explica Vieira. O canal já havia organizado outras competições semelhantes de Clash Royale e de Fifa, mas, para a nova temporada, a ideia é incluir jogadores de outros países. “Segunda edição, estamos conversando. Procuramos muitos times e agora vários jogadores começaram a nos procurar. A nova edição ainda não tem data, talvez seja uma mescla de Brasil com futebol europeu, que disputam a Champions. Estamos conversando qual a pegada”.

As tradicionais lives com artistas que ganharam espaço na quarentena também estão sendo testadas pelo EI. O canal veiculou recentemente uma transmissão com o pagodeiro Péricles, mas, para Vieira, a adesão ao formato tem mudado de acordo com fatores como horário de transmissão, perfil de público, interesses etc.

“Neste momento, não existe muito um gabarito do que deve ser feito. A oferta de conteúdo cresceu absurdamente no digital. A partir das 18h, a quantidade de marcas e influenciadores com lives cresce. Então, como consigo oferecer opção para que essa entrega brilhe em meio a uma imensidão de lives? A conexão com humor sempre foi um teste muito óbvio”, destaca o executivo. Para ele, o grande aprendizado no período tem sido saber tomar riscos. “A grande lição é não ter medo de explorar novas possibilidades de conversas com os fãs. Se ficar fechadinho só no lugar x ou y, você fica para trás”.