A rede TV+, programadora de conteúdo formada atualmente por dez canais de TV por assinatura, presente em cinco estados brasileiros, celebra seus oito anos de vida com amplo plano de expansão e reestruturação. A empresa, que nasceu em 1º de setembro de 2002 na região do ABC, em São Paulo, procura explorar em sua programação as características locais dos mercados onde atua e oferece atrações relevantes, fugindo do modelo engessado dos canais de infomerciais. “Somos, na verdade, um canal de variedades. Nosso foco é na publicidade varejista, nesse formato mais próximo ao infomercial, mas também apresentamos programas de assuntos diversos, breaks tradicionais, patrocínio e projetos especiais. Temos essência de produtora. Sou publicitário que montou uma TV”, destacou Carlos Carreiras, fundador e presidente da rede.
O negócio de Carreiras teve início como uma oportunidade, que se mostrou pertinente não só no ABC, mas em diferentes localidades. “Nosso bordão é ‘falar da esquina, não da China’. A região do ABC tinha carência grande de um canal local, que falasse diretamente com o público de lá, sobre assuntos de lá. Mesmo em TV por assinatura, conseguimos suprir essa necessidade, o que se mostrou interessante também em outras cidades, seja no interior ou na capital. Nós usamos conteúdo para atrair o público e, a partir daí, a gente ajuda nossos clientes a vender”, analisou Carreiras. Segundo o Ibope, a rede atinge cerca de 7,5 milhões de espectadores.
Após a chegada da TV+ no ABC, a empresa se expandiu para a Baixada Santista (SP), Americana (SP), Curitiba, Piracicaba (SP), Florianópolis, Porto Alegre, Niterói (RJ) e chegou à capital paulista oficialmente em 1º de janeiro, passando a integrar a programação da NET, no canal 14. Em abril, São Carlos (SP) também ganhou um canal próprio. Há um mês, a operação paulistana ganhou força, tornando-se independente da estrutura vinda do ABC, primeiro passo para o processo de expansão. “A praça do ABC ainda é a mais consolidada, com 91% de índice de renovação de contratos publicitários. Mas cada mercado tem suas particularidades”, enfatizou. Nos próximos dois anos, a TV+ pretende duplicar o número de canais existentes hoje, priorizando os mercados de Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Até o fim do ano, a principal novidade deve ser Campinas (SP).
Para auxiliar o trabalho de Carreiras, que ainda concentra nacionalmente o comando comercial e operacional da empresa, chegaram recentemente o diretor de jornalismo Luiz Andreoli, o diretor de marketing Luiz Barreto e o diretor de mídias institucionais Arnaldo Stein – estes dois últimos que se dedicarão, em conjunto, à idealização e viabilização de projetos especiais. “Nosso primeiro trabalho foi para o Ministério da Saúde, com a campanha de vacinação criada pela Agnelo Pacheco. Para não ficar apenas na veiculação dos comerciais, produzimos programetes de 45 segundos, com texto do próprio Ministério, para informar melhor a população sobre a iniciativa”, detalhou Barreto. Também integram o time de executivos Miro Modesto, como diretor de publicidade, focado no relacionamento com as agências; César Soler, diretor comercial para o Grande ABC; Francisco Batlle, diretor comercial para São Paulo; e outros três gerentes comerciais de atuação regional.
Para o presidente da TV+, o diferencial de seus canais é a atuação local, dirigida, apesar de oferecer opções de conteúdo – tanto de entretenimento quanto comercial – nacionalmente em alguns casos. Também é vantagem, na sua visão, o custo-benefício, o retorno rápido do investimento e a agilidade de produção. Em 2009, a TV+ faturou R$ 25 milhões, prevendo chegar a R$ 50 milhões até o fim do ano.
por Karan Novas