Conhecida por seu jornalismo crítico e investigativo, a Folha de S.Paulo, um dos maiores jornais do país, enxerga no TV Folha, que estreou no segundo domingo deste mês na grade da TV Cultura, um caminho para atrair um público jovem, que procura por algo diferente e por mais informação na TV aberta. A empreitada, obviamente, também faz parte do plano multimídia do grupo, levando seu editorial para várias plataformas.

Programa com conteúdo 100% produzido pelo jornal, ele carrega a força da marca Folha e junto o seu time de repórteres e colunistas. O TV Folha, que vai ao ar às 20h de domingo, é apresentado pelo jornalista Fernando Canzian, editor do programa, e traz um mix entre reportagens, comentários de colunistas/jornalistas da Folha e entrevistas.  “Acreditamos que há um público para esse nosso programa, do ponto de vista de abrangência, bem interessante. Achamos que o público jovem está órfão na TV aberta do ponto de vista informativo. O padrão dos telejornais é muito parecido, não muda há muitos anos. Esse formato pode atrair um público que quer ver algo diferente na TV. Temos a pretensão de fazer um programa diferente, senão não faria sentido. E vai evoluir, amadurecer”, comentou Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do Grupo Folha.

De acordo com o executivo, o retorno tem sido muito bom neste começo. Ele diz que a audiência no primeiro programa chegou a um ponto, sendo que entrou no ar beirando 0,7. “Essa medição é só na cidade de São Paulo. Além disso, a medição do Ibope indica que cada ponto atinge 60 mil domicílios, mas como esse programa circula em toda a rede da Cultura, por via satélite, cabo e parabólica, sabemos que o alcance é bem maior”, disse Mendes.

O superintendente da Folha conta que o convite partiu da TV Cultura, que, segundo ele, também convidou o Estadão e a Abril para a parceria. “A Cultura nos convidou, convidou também a Abril e o Estado para uma parceria em que a gente poderia ocupar um determinado espaço no canal e faríamos uma troca de páginas pela minutagem na TV. Nós temos 30 minutos na Cultura. Em troca, damos o que seria equivalente a 30 minutos de papel, em anúncio no jornal”, explicou. A Folha foi o único veículo que colocou o programa no ar. “A Folha foi talvez mais ágil, teve interesse”, completou.

Por enquanto, o TV Folha tem dois patrocinadores: a Renault e a Certisign, empresa de certificados digitais. “A ideia é que a veiculação publicitária arque  com os custos do programa”, afirmou, sem revelar o investimento empenhado pelos anunciantes. O conteúdo do programa também está disponível na internet, na Folha.com, UOL (também do Grupo Folha) e no site da TV Cultura.