Com uma grade de programação que tem a teledramaturgia e o humor como parte dos seus pilares, a Rede Globo de Televisão quer identificar novos roteiristas para fortalecer essa estrutura com os talentos da nova geração que, cada vez mais, vêm ganhando espaço nas redes sociais e em produções independentes. Por esse motivo, lançou o projeto Globo Lab, laboratório de cocriação que está chegando à sua fase final. Foram inscritas 1.200 ideias desde novembro de 2015 e 20 projetos disputam o direito de escrever uma websérie para o portal Gshow. Os candidatos vêm participando de workshops como o realizado na última quinta-feira (9) com George Moura e Marcius Melhem.
A iniciativa tem a liderança de Sergio Valente, diretor de comunicação da Rede Globo, com apoio da Globo Universidade e da área de entretenimento. O diretor Ricardo Waddington, diretor de gênero, também vai estar envolvido na produção do conteúdo que for selecionado. De acordo com Valente, vai além da identificação e capacitação de talentos criativos.
“Não estamos simplesmente identificando novos autores. O Globo Lab veio como mais uma ferramenta de conexão com os novos talentos brasileiros e em uma via de mão dupla: vamos mostrar o que sabemos e principalmente aprender o que não sabemos. Nós vamos conversar, enquanto selecionamos ideias. Saber não é algo hermético; saber é algo compartilhado. E, hoje em dia, vivemos em um mundo absolutamente interativo. Nesse sentido mais ambicioso é que o Globo Lab está estruturado”, justifica.
Para Valente, a união de diferentes áreas da Rede Globo e a força da marca da emissora foram fundamentais para os processos de criação e a realização do projeto. “O Globo Lab une a possibilidade de conversar com as pessoas, de desenvolver e compartilhar ideias, e também a realidade da produção de um produto que depois vai ser veiculado. São dois momentos diferentes e complementares, de união de áreas, só possível pela consolidação de uma marca que está aberta para o novo, para desbravar novos jeitos. E a marca é reflexo desse momento da emissora: tudo o que foi feito até agora possibilitou vivermos essa etapa, que considero incrível, que estamos vivendo. Seja de produção de conteúdo; seja de reinvenção e de relacionamento”, destaca.
O diretor de comunicação da Globo prossegue: “Eu acho que marca é consequência de uma empresa. Vejo tudo o que fizemos nos últimos anos nesse sentido: a área de tecnologia fazendo o seu Hackaton; a Globo Universidade viajando pelo Brasil e conhecendo instituições e talentos etc. Não são só os talentos do roteiro, do ator, do jornalismo, do comentarista esportivo, mas o talento do profissional de engenharia, do profissional de recursos humanos, do profissional de administração. A Globo quer o novo. A marca está vivendo este momento”.
Valente complementa: “Estamos compartilhando a experiência. Temos muitas pessoas que viveram momentos interessantes no que diz respeito à produção de roteiros. Mas, podem experimentar o novo. A quantidade de talentos é infinitamente maior do que no passado. Essas pessoas têm um jeito de se relacionar com a geração de conteúdo de uma forma muito mais orgânica. Com isso em mente, temos coisa para aprender. O próprio fenômeno do broadcast yourself, que o YouTube permitiu, as câmeras com uma qualidade incrível a um preço acessível, seja em um celular, seja pela tecnologia 4K. Hoje em dia, tudo está mais acessível. Os programas final cut, por exemplo, são mais fáceis de se ter acesso. Toda essa tecnologia simplificou o acesso aos produtores de conteúdo”.
Esse cenário fez surgir uma nova geração de produtores de conteúdo autodidatas. “Quem possui esse perfil tem muito o que ensinar. E essa troca é riquíssima. Vão ser novos jeitos de contar uma história, de conceber uma ideia. E isso é muito importante para uma empresa que vive de ideia, que vive de formato, que vive de conteúdo. É nesse sentido que a troca é incrível”, finaliza Valente.