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O mundo do marketing e da comunicação passa por mudanças contínuas e impactantes. De uma comunicação praticamente unilateral – da empresa para o consumidor –, que era a prática corrente décadas atrás, a comunicação, principalmente após o advento da internet, passou a ser de mão dupla, com ampla interação com o consumidor.

E agora vivemos a fase da comunicação do consumidor. Ou seja, vale muito mais a opinião emitida pelo consumidor sobre determinada empresa ou produto do que a comunicação gerada pela própria empresa.

Se for uma indicação, melhor ainda. Mais do que nunca, valoriza-se hoje uma atuação colaborativa, em que empresas e consumidores se entrelaçam para gerar um ambiente de negócios mais equilibrado, bom para todos.

Como profissional, tenho tido a oportunidade de acompanhar de perto esse processo. E, num ano complicado como este, julgo ser ainda mais importante o processo colaborativo.

O que podemos viabilizar sem necessariamente ter de lançar mão de escassos recursos financeiros? O que podemos fazer juntos, usando processos de troca ou de compartilhamento de ações? Comecei o ano com estas questões martelando minha cabeça e tomei uma decisão.

Escolhi viver grandes experiências ao longo deste 2016! E todas elas dentro do espírito colaborativo. Quero viabilizar atividades profissionais e também minhas experiências pessoais, sem que tenha de pagar, literalmente, por elas.

No campo pessoal, estou me propondo a, por um ano, ser um consumidor colaborativo por inteiro, entregando, em contrapartida à viabilização das minhas experiências, algo de valor para as empresas que aceitarem estar comigo nesse experimento.

Comecei a dividir essa ideia com alguns conhecidos e a receptividade tem sido excelente. Já tenho bons parceiros dispostos a embarcar comigo nesse processo colaborativo.
Algumas dessas experiências são mais complexas, mas outras fazem parte do meu dia a dia pessoal e profissional. No fim de janeiro decidi vivenciar a experiência de campusero na Campus Party, o evento com a maior concentração de geeks e nerds por metro quadrado do mundo.

Estive lá a convite dos organizadores, para assistir à apresentação do suíço Sébastien Tondeur, CEO mundial da MCI, uma das maiores agências de eventos do mundo, que não pôde se apresentar por um problema de saúde.

Juliano Lissoni, CEO da MCI Brasil, assumiu a apresentação e me convocou para fazer parte de um painel. No final, perguntei se alguém tinha “ficado” com alguém lá. Só levantou um casal, que foi ao evento já como um casal.

Isso revela muito bem o que é o evento. Participaram cerca de 8 mil jovens, mas eles estão mais interessados na experiência da superconexão de 40 Gb/s (o equivalente a uma cidade de 1 milhão de habitantes).

Salvo exceções, que deixam as bancadas para experimentar as atividades proporcionadas pelos organizadores e patrocinadores, e palestras, a maioria fica com os olhos pregados nos computadores. Voltei lá no dia seguinte, disposto a passar o tempo como campusero.

Quando eu ocupei o lugar 29 em uma das bancadas, meus vizinhos nem se viraram. Naveguei na superconexão e deixei a bancada, sem que eles tivessem percebido minha presença. OK, precisamos entender as expectativas do público que queremos atingir em cada ação de comunicação, de engajamento ou interação.

Além da superconexão, o evento proporcionou palestras e oportunidades de inter-relacionamento. Quem quis viver experiências mais ricas, teve oportunidade. A vida é assim. Temos à nossa frente um mar de oportunidades de experiências de todos os tipos.

Dizem que o ano só começa após o Carnaval. Então vamos lá! Quais são as experiências que você vai viver no ano que está começando? Eu decidi viver muitas e prometo compartilhá-las neste espaço.

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda)