Depois de ter sofrido nos últimos anos os efeitos nefastos da crise econômica que se abateu sobre o Brasil, fruto de políticas equivocadas – para dizer o mínimo – na área econômica, eis que 2020 se inicia auspicioso para o mercado da comunicação brasileira com a chegada do canal de notícias CNN Brasil.

Quando o visionário Ted Turner abriu a primeira emissora da marca nos Estados Unidos, lá se vão quatro décadas, deflagrou uma grande revolução na mídia televisiva. Afinal, a CNN foi o primeiro canal a transmitir notícias 24 horas por dia, modelo que passou a ser copiado não só nos EUA, mas no mundo todo.

O sucesso logo fez com que a CNN se expandisse numa rede internacional, com emissoras abertas em sucessão nas principais capitais ao redor do mundo. Agora, chegou a vez do Brasil.

A CNN já começa gigante entre nós, com cerca de 400 profissionais contratados e três amplas sedes que sugerem um ar futurista devido aos seus equipamentos de última geração. O escritório central fica na Avenida Paulista, em São Paulo. No Rio de Janeiro e em Brasília estão as filiais da emissora.

A iniciativa se deve ao também visionário empresário mineiro Rubens Menin, fundador e presidente do conselho da construtora MRV, uma das maiores do ramo no Brasil. Para comandar a CNN Brasil, foi contratado o experiente executivo Douglas Tavolaro, vindo da Rede Record, onde trabalhou por 17 anos.

A chegada desse poderoso veículo ao Brasil, que vai ao ar em março próximo, terá já no curto prazo o efeito positivo de dinamizar o mercado da comunicação por meio de uma “sacudida” nas emissoras concorrentes.

Porém, mais do que a dinâmica empresarial, a força dessa emissora reconhecida mundialmente como sinônimo de jornalismo de qualidade, reforçará sem dúvida, no Brasil, os princípios da liberdade de imprensa. Princípios esses volta e meia ameaçados por poderosos interesses contrariados com escândalos que brotam à luz do dia quando seus atos e atitudes desonestos são revelados pela imprensa.


Em matéria de capa, esta edição do PROPMARK aborda a Lei Geral de Proteção de Dados, programada para entrar em vigor em agosto deste ano.

Como falta, porém, ao governo Bolsonaro, apego à necessidade de divulgação – através da publicidade – dos atos dos Três Poderes de grande importância para o país, já se teme, neste caso, por um adiamento, sempre prejudicial quando a medida oficial é da maior importância.

Uma extensa pesquisa da Serasa Experian mostra que 85% do mercado não está pronto para trabalhar dentro das novas regras. O que acabará ocorrendo? Prorrogação. Como o país está habituado a prorrogar quase tudo – o famoso deixa para amanhã –, poucos se importarão com mais uma.


O país não oficial, porém, é diferente. Quando vê necessidade, a população reage e faz acontecer. Para sorte nossa, desta feita cabe um registro sobre o crescimento na circulação impressa de três dos cinco principais jornais do país no ano passado.

Os heróis desse feito são Folha, O Globo e Super Notícias, segundo dados auditados do IVC.

No caso do Estadão, o tradicional jornal viu crescer o número de suas assinaturas digitais, muito provavelmente pela maior facilidade de leitura dos seus textos nas redes sociais.

Além disso, o Estadão não para de se reinventar, lançando na última sexta-feira (24) um novo caderno batizado como Sextou!, juntando todas as notas e notícias sobre o lazer dos fins de semana, antes espalhados pelos diversos cadernos do jornal, em um único e muito bem organizado suplemento.

Sextou! não vai pegar. Já pegou. Incrível como sempre há o que fazer em termos da melhoria de um produto admirado por toda a humanidade como o jornal. E o Estadão de há muito descobriu essa fórmula e se reinventa com frequência, agradando seus leitores e atraindo também um novo público que vê no jornal um esforço permanente de atualização.


A novela Bom Sucesso, com o desempenho mais que elogiável dos bons atores da Globo, sobressaindo o fora de série Antonio Fagundes, infelizmente teve o seu último capítulo na última sexta (24).

Além de todo o seu contexto, que prendia o telespectador à tela, qualquer que fosse o aplicativo, há um destaque merecedor de imenso registro: a valorização dos livros, feita pelo personagem vivido por Fagundes, valendo-se da trama do longa Fahrenheit 451, baseado por sua vez no romance homônimo de Ray Bradbury.

Merece um longo crédito também o jovem ator Armando Babaioff, pelo seu grandioso desempenho como malfeitor, sempre um contraponto difícil quando há muito talento do lado do bem.


Tendo em vista mudanças no negócio publicitário, que não começaram agora, mas foram se acumulando com o tempo, agências e anunciantes decidiram criar um novo cargo em seus quadros: o de chief growth officer, cujos militantes prometem ampliar as linhas de negócios e receitas das empresas.

A tendência dessa nova função profissional no setor é tornar-se imprescindível, abrangendo inclusive outros setores do vasto e sempre promissor negócio da comunicação.


Poucos sabem, mas finda a última semana de janeiro comemora-se em 1º de fevereiro no Brasil o Dia do Publicitário. Caso você não seja, apesar de gostar do assunto, porque está nos lendo, dê um caloroso abraço no seu amigo ou amiga do setor. Se antes eles já foram até chamados de profissionais da esperança, o que não dizer hoje?

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br)