Millennials são os mais adeptos a esses softwaresQuase 5% dos usuários de internet nos Estados Unidos usam algum tipo de software que bloqueia anúncios, aponta um relatório elaborado pela PageFair e pela Adobe. Os dados apresentados no documento sugerem que a instalação de programas desse tipo cresceu significativamente nos últimos 12 meses.

O estudo, intitulado “Adblocking goes mainstream”, mostra que o número de pessoas que utiliza esses softwares aumentou 69% nos seis primeiros meses deste ano, chegando a um total de 144 milhões. Os internautas com idades entre 18 e 29 anos são os mais adeptos do bloqueio à publicidade (41%).

As empresas identificaram números semelhantes na Polônia, na Suécia, na Dinamarca e na Grécia, onde, em média, 24% dos usuários de internet usaram programas de bloqueio no segundo trimestre deste ano. Já em mercados asiáticos, como o Japão e a China, o ad blocking ainda está se tornando tendência.

Os usuários que utilizam esse tipo de tecnologia não são totalmente contrários à publicidade, mas têm resistência a alguns formatos específicos. O relatório afirma que a rejeição é maior aos anúncios que interferem no consumo de determinados conteúdos. Por outro lado, mais de 60% deles são ao menos parcialmente receptivos a olhar textos, imagens estáticas e anúncios “puláveis”.

O CEO da PageFair, Sean Blanchfield, disse ao jornal britânico The Guardian que o bloqueio à publicidade pode ser considerado o “Napster da indústria da propaganda”. A rejeição ao que chamou de “publicidade agressiva”, contou, significa que “a única resposta sustentável é ouvir esses usuários e oferecer uma publicidade mais limpa”.

Blanchfield destacou o dado de que o bloqueio é mais comum entre os chamados millennials. “Você basicamente consegue ver um grande grupo de usuários crescendo como adblockers. E isso não é boa notícia para a indústria ou para os publishers. A questão é que o usuário final não é parte do contrato. O contrato é entre o publisher e o anunciante. E o usuário que instala o bloqueio não está muito preocupado com o fato de ele estar afetando a receita do publisher”, explicou.