O papel das redes sociais na comunicação das empresas vem sido amplamente debatido pelo mercado, de uma forma geral. O superintendente de comunicação e marketing da FGV, Marcos Facó, divulgou, semana passada, que vem realizando um estudo para entender esse fenômeno e o que ele chamou de “brand me”.
Segundo Facó, hoje as pessoas usam as rede sociais para se divulgarem, como se fossem uma marca. “Cada usuário compete pela atenção de seus amigos e, quando uma empresa entra, acaba interferindo no relacionamento que está sendo buscado, o que não é positivo.”
De acordo com ele, o usuário tem necessidade de ser reconhecido, quer ser ouvido e as redes sociais acabam sendo o melhor caminho para isso. Facó lembrou que se trata de uma autopromoção e o que as pessoas mais querem quando postam uma foto ou fazem um comentário é que seja curtido e compartilhado por muitos outros. “O que todos buscam é se destacar por suas atitudes e realizações, mais do que se comunicar com qualquer marca. Por isso é fácil perceber que o usuário é o maior concorrente das companhias nas redes sociais.”
Facó afirmou também que outro erro cometido pelas empresas é insistir que estão se relacionando com seus consumidores, já que isso não acontece. Segundo ele, o que ocorre é apenas uma interação entre as partes. “Um relacionamento só se torna real se for consistente, contínuo e diário, como acontece nas relações pessoais. No caso das empresas, mesmo que elas tenham 1 milhão de fãs, não existe esse contato mais constante.”
Para o superintendente da FGV, as ações promocionais são um dos grandes incentivos para que essa interação seja feita, mas isso ocorre em qualquer ambiente, não apenas na internet.
De acordo com Facó, apesar de ainda não ser um relacionamento, como algumas empresas acreditam, só essa interação já é um grande passo perto do que existia quando eram apenas anúncios ou filmes na TV.
Para ele, não existe ainda uma fórmula fechada de como as empresas devem agir, todos ainda estão aprendendo. Segundo Facó, as redes sociais ainda vão evoluir muito e conseguir chegar a ter um relacionamento com o consumidor. “Evidente que isso dependerá muito delas entenderem como as redes sociais funcionam. Atualmente, tudo é muito pontual e não tem continuidade, o que impede o relacionamento entre as partes.” Facó ressaltou, porém, que essa mudança de comportamento pode ser um caminho natural, mas também pode ser possibilitado pelo surgimento de novas plataformas.