Lançada em 1984 pelas gravadoras Barclay/Polygram e Philips, nos estertores do regime militar iniciado em 1964, a famosa canção do consagrado Chico Buarque, empresta seu título para este editorial porque assim como na intenção da letra do grande compositor e intérprete brasileiro, em combate contra a ditadura militar, estamos neste momento também diante de um inimigo indesejável.

Não se trata de nenhuma posse arbitrário-política de um país, mas de uma pandemia que a palavra já define: tomou conta do planeta.

Os estragos seguem e prosseguem sendo de monta, com muitos óbitos sobretudo na faixa etária mais avançada da população mundial, causando um enorme pavor em todo mundo.

Aqui no Brasil, com moeda fraca, ficamos à mercê dos aproveitadores de plantão, com o dólar batendo nos R$ 5,00 e as bolsas despencando já quando o coronavírus não nos havia atingido.

A publicidade e é disso que tratamos no PROPMARK, deu uma enorme recuada, com os anunciantes diminuindo ou mesmo suspendendo suas mensagens nos meios e as agências preocupadas com o atingimento do vírus nas suas equipes de trabalho, muitas delas dispensadas para trabalhar em casa, em regime de home office.

A mídia em geral tem cumprido e bem o seu papel de não apenas noticiar os fatos, como também de orientar a população de todas as classes, para as preocupações de estilo e as providências a serem tomadas em caso de suspeita em contrair o vírus.

Por ter sido um grave acontecimento mundial, manifestando-se primeiro em outros grandes centros do planeta, isso serviu de alerta para não apenas as autoridades brasileiras, mas também a própria população, a se antecipar ao desembarque do coronavírus em nosso território, possibilitando com isso diminuir suas terríveis consequências.

Chamamos aqui a atenção do nosso leitor para o elogiável trabalho da nossa Redação, com um texto que já é histórico abordando a preocupação e providências do mercado para o qual em maior escala nos dirigimos, com uma chamada de capa que é necessário seja seguida pelas empresas, empresários, trabalhadores e colaboradores do setor, a fim de que os estragos econômicos causados em decorrência do vírus sejam minimizados ao máximo.

Ao manchetearmos que o “Mercado se adapta para manter negócios em movimento”, estamos fazendo um apelo a todos os players que atuam neste sempre aplaudido mercado publicitário brasileiro, cuja competência é sempre reconhecida e admirada lá fora, para que não diminuam suas atividades e respectivas verbas, contribuindo dessa forma para que possamos sair ainda mais fortalecidos desse ataque não previsto a médio prazo, do temível inimigo em que se transformou o coronavirus, invisível a olho nu, mas com um poder de destruição incalculável.


Palmas para o empresário, publicitário e investidor Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, que antecipando-se aos seus colegas e concorrentes de atividades e até mesmo aos jornalistas (sem falar nas vozes oficiais do Planalto), assinou um artigo na Folha de S. Paulo, edição de terça-feira, 10 deste mês, sob o sugestivo título de Informationvírus, quando o mesmo mal começara a entrar pelas nossas portas e habitar os amplos espaços abertos brasileiros.

O editor da Folha pinçou no meio do texto e acrescentou o seguinte subtítulo ao artigo de Guanaes: “Ou há um desastre sem comunicação, ou uma comunicação que é um desastre”.

O artigo acabou não só movimentando as redações da mídia, como também o mercado no qual Nizan fez-se um gigante. Logo cedo, o texto de Guanaes percorria as agências, anunciantes, produtoras e fornecedores do mercado, fazendo com que sua contundência despertasse a atenção de todos para a gravidade da situação que estava se iniciando em nosso país.

Acreditamos que até mesmo uma boa parte das autoridades federais, estaduais e municipais se conscientizaram de que a velocidade na tomada de decisões e ações contra o inimigo deveria ter início imediatamente.

Acreditamos que na folha corrida de bons serviços prestados à causa brasileira, Nizan Guanaes ganha um ponto dourado de louvor, por ter posto o dedo na ferida da comunicação, fazendo-a se movimentar em prol da comunidade.


Ainda nesta edição, chamamos a atenção do leitor que não perde uma viagem anual a Cannes, além daqueles que estão se preparando para estrear no famoso balneário francês, para a entrevista que fizemos com Philip Thomas, CEO do festival. Ele nos disse que a organização aguarda orientação das autoridades locais sobre a pandemia. Afirma que acatará obviamente a orientação dos órgãos do governo. Há hoje uma tendência para que o Cannes Lions seja adiado para outubro, ou até mesmo cancelado (para nós hipótese menos provável).

Philip Thomas aproveitou o contato conosco para revelar algumas novidades que serão implantadas no festival este ano. Se houver festival.


Imperdível a cobertura completa que fizemos da inauguração da CNN Brasil, nas dependências da Oca, em S. Paulo, com a presença de um público muito provavelmente jamais “visto” por ela.

Ao que se sabe – e felizmente – ninguém contraiu o “corona” entre tantos apertos de mãos e abraços.

A CNN começou no vídeo (Canal 577 da TV aberta) no último dia 15.


A Editora Referência prepara-se para lançar o Marketing Best 2020, que nesta sua 33ª edição consecutiva, apresentará novidades que, temos a certeza, serão de agrado de todo o público envolvido nessa tradicional premiação do marketing brasileiro, sempre com o apoio da Academia Brasileira de Marketing, presidida por Madia de Souza.

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br)