O executivo Valdir Barbosa está de saída da Mullen Lowe. Ele ocupava a direção geral da agência há cerca de quatro anos setor que englobava as áreas de operações, administração e finanças. Com a decisão, a marca finaliza o processo de reestruturação iniciado em abril após o envolvimento da extinta Borghi/Lowe com escândalos da Operação Lava Jato e que culminou com a prisão do publicitário Ricardo Hoffmann, ex-dirigente do escritório de Brasília. O processo de reestruturação e o acordo judicial contpu com a participação do escritório Peixoto & Cury Advogados Associados.

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O passo a passo da reestruturação foi o encerramento das atividades de Brasília, mudar sua marca de Borghi/Lowe para Mullen Lowe, criar o modelo de co-gestão com os presidentes Andre Andre Gomes (operações, administração e finanças) e José Henrique Borghi (criação), que assumem o lugar de Barbosa, e fazer acordo de leniência no mês passado com o Ministério Público Federal pelo qual a holding norte-americana Interpublic, que controla Mullen Lowe, teve que pagar R$ 50 milhões pelo envolvimento no pagamento de propinas envolvendo a Caixa Econômica Federal anunciante que tem verba anual de R$ 600 milhões e elegeu cerca de três anos a Heads, nova s/b, Artplan e a Borghi/Lowe. A Propeg (ver matéria na página 8) ganhou na justiça o direito de assumir o lugar com ajuda do escritório ABDF Associados do Distrito Federal.

O imbróglio institucional com a Caixa Econômica afetou o faturamento da Mullen Lowe, listada entre as cinco maiores agências pelo ranking de investimentos em mídia do Kantar Ibope Media nos últimos cinco anos. Já chegou a figurar em segundo lugar nessa pesquisa. Fontes do mercado acreditam que este caia algumas posições e que em 2016 esteja entre as 20 maiores. Apesar do problema com a Lava Jato, o Ministério da Saúde manteve o contrato de prestação de serviços que tem encerramento no final deste ano, assim como o BNDES e a Petrobras Distribuidora. A fatia da Mullen Lowe na CEF era de R$ 180 milhões por ano, mais R$ 80 milhões na Petrobras, outros R$ 80 milhões no MS e R$ 20 milhões na BNDES. As contas públicas são geridas no Rio de Janeiro sob a direção de Gomes. Após o encerramento dos contratos, a agência não vai mais atender contas públicas.