1. Em boa hora a Folha trouxe de volta ao mercado, agora em parceria com a ESPM, o seu evento Arena do Marketing, com uma montagem simples e conteúdo relevante, onde um publicitário de renome faz uma palestra sobre um tema do momento e submete-se a perguntas de um profissional da Redação da Folha e de um professor da ESPM.
O convidado central desta primeira versão da Arena do Marketing em sua nova fase foi Luiz Lara, da Lew’LaraTBWA, que escolheu como tema o que ele denominou de Capitalismo de Valor Compartilhado, abrindo sua exposição com uma predição: “Vem aí uma nova década de 60”.
Quem viveu em fase já adulta essa década e mesmo os então ainda crianças ou não nascidos, mas que hoje procuram saber por que os anos 60 são tão falados não só no Brasil como em todo o planeta, percebem o input de Luiz Lara.
Ele preferiu ficar a maior parte da palestra olhando para o Brasil, lembrando que a propaganda brasileira educa e forma a cidadania, da mesma maneira que no passado ensinou crianças a escovar os dentes e donas de casa a usar máquinas de lavar.
A ascensão da nossa classe C criou uma exigência que deve ser respeitada pelas empresas: segundo ele, ela quer marca e não apenas preço.
Lara discorreu sobre as novas mídias e a adaptação das mídias clássicas aos novos tempos, com a publicidade acompanhando as mudanças: se antes ficava limitada aos intervalos da TV, por exemplo, hoje busca novos caminhos e interage com o consumidor em diferentes plataformas, com destaque inclusive para o ponto de venda.
“Se a propaganda era intromissão, hoje ‘faz parte’ da programação dos meios eletrônicos, sobretudo, tornando-se mais divertida e relevante”, disse Luiz, citando inúmeros exemplos da publicidade brasileira atual que vende aqui e ganha prêmios em Cannes.
Ao declarar que o futuro é o capitalismo de valor compartilhado, Luiz Lara lembrou os jovens manifestantes de junho passado e dos dias atuais, que se indignam quando veem a construção de um belíssimo estádio para a Copa em uma área pobre do país e também quando as marcas anunciam sem coerência com a realidade dos seus produtos.
Lara prevê um ano bom para o mercado publicitário e em especial para as mídias, que conectarão toda a população, estimulando-a a interagir nas redes sociais e vendo mais TV, ouvindo mais rádio e lendo mais jornais e revistas.
Segundo ele, esse resultado se refletirá para os demais segmentos econômicos, porque, por exemplo, e pelo horário dos jogos, essa vai ser a Copa do churrasco, do petisco e das bebidas, além de outros produtos de consumo agregado.
A postura de Luiz Lara deve ser seguida por seus concorrentes de outras agências, estimulando a população para os benefícios da atividade publicitária e o “valor compartilhado” que ela representa para todos, ao possibilitar ver o mundo sem sair de casa e ter acesso a muitos bens de consumo que em tempo não muito distantes possuíam tiragem limitada.
2. Nesta edição os resultados completos do Colunistas Brasil de 2013, cuja solenidade de entrega dos prêmios será anunciada nos próximos dias.
Os resultados não surpreendem: apenas confirmam o desempenho dos vencedores durante o período analisado pelo júri. A Ogilvy, que já havia sido Agência do Ano na regional paulista da premiação, repetiu a performance vitoriosa iniciada em Cannes, onde um júri formado por profissionais representantes de todas as partes do planeta conduziu-a a Agência do Ano no Cannes Lions pela somatória de pontos nas diversas categorias da mais internacional de todas as premiações.
Marcello Serpa ter sido reconhecido pelo Colunistas Brasil como Publicitário do Ano confirma uma vez mais a trajetória de sucesso da AlmapBBDO, uma unanimidade nacional e já alcançando essa condição internacionalmente.
Marco Versolato, VP de criação da DM9DDB, é o legítimo representante destes dias dessa força criativa que fez e faz a história da agência.
Destacar a revista Veja como Veículo Impresso do Ano é o reconhecimento pelo júri, profissionais jornalistas, da importância da mídia que exerce o seu direito e dever de crítica, recusando-se aos atrelamentos tão em voga e tão exigidos pelas autoridades no Cone Sul. E também celebrar o veículo impresso do meio revista que melhor tem se apresentado no mundo digital, antecipando-se ao futuro.
O Anunciante do Ano não caberia melhor em outro que não a Unilever, por ter alcançado a soma de maior verba aplicada na comunicação do marketing no ano passado, prestigiando várias agências e sendo fiel ao seu DNA de ética e transparência no mercado.
O júri inovou ao escolher o YouTube o Veículo Eletrônico do Ano, confirmando a tradição de 47 anos da premiação, que sempre procurou destacar os melhores em cada categoria e ao mesmo tempo reconhecer o tempo presente.
A jovem Otima foi declarada Empresa de Mídia Exterior do Ano, com a torcida do júri para que seu exemplo de respeito às locações prolifere, evitando-se o discutível exemplo de São Paulo com o seu Cidade Limpa, que prejudicou todo um setor empresarial quando poderia melhor discipliná-lo.
O único Destaque do Ano concedido pelo Colunistas Brasil coube aos 60 anos da Volkswagen, empresa que deu início à popularização do uso do automóvel, fiel, aliás, ao significado da sua própria marca alemã. E fiel principalmente à sua capacidade de sempre se reinventar.
Os prêmios de Promo e de Design estão relacionados nesta edição.
3. Flavio Rezende, da DPZ, um dos mais conhecidos e capazes profissionais de mídia do mercado, comprou a ideia de apoiar a gestação de um novo partido político, que terá exatamente esse nome: Partido Novo.
Rezende está enviando às centenas de seus amigos, via web, a ficha de apoio e filiação à nova entidade partidária, convencido de que devemos todos dar um basta ao mais do mesmo, como ele afirma na sua mensagem.
4. À página 16 desta edição, o leitor vai encontrar matéria sobre o lançamento pelo Cenp de um livro sobre compliance e proposições éticas na autorregulamentação da publicidade.
Segundo Caio Barsotti, presidente da entidade, a ideia do livro é proporcionar um maior esclarecimento ao mercado, uma vez que na sua opinião a maioria dos problemas ocorre simplesmente por desconhecimento das normas.
A versão impressa do livro “Compliance na Publicidade” chegará a todos os associados do Cenp e às auditorias independentes.
Barsotti lembra que é a continuação de todo um trabalho que inclusive originou o próprio Cenp, e cujo objetivo maior é exatamente trazer luzes em vez de maldizer a escuridão.
Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2487 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014