Não sei você, mas as primeiras atitudes do Biden, na formação do seu governo e nas determinações de retomar programas de proteção ambiental e de relações multilaterais, me deixam esperançoso por um novo – e melhor – momento mundial.
Estava cansado de ver prevalecer uma política de beligerância e de bravatas, onde parecia predominar a política do valentão falastrão, chamando todo mundo para a briga. O complicado movimento de migração mundial transformou líderes de países importantes em xenófobos insensíveis, fechando fronteiras para pessoas desesperadas, à busca de algum amparo.
A política de “farinha pouca, meu pirão primeiro”, traduzida por Trump como “America first”, ganhou adeptos mundo afora, dando uma configuração de protecionismo e pouca empatia entre alguns países, que preferiram dar as costas aos problemas internacionais.
Uns ignoram todo um trabalho progressivo de reversão dos danos ao meio ambiente, desdenhando os riscos inerentes a essa postura. Outros taxam a importação de produtos abusivamente, procurando proteger sua economia a todo custo. Outros ainda não querem nem ouvir falar de migrantes nos seus países, pensando em muros de contenção.
Depois de um período de bons avanços, fruto de entendimentos mundiais, chegou um novo líder, chutando o balde dos acordos internacionais, provocando um retrocesso nas conquistas, ainda que tímidas, principalmente na área do meio ambiente.
Pois esse líder do maior país do mundo está sendo colocado para escanteio (ainda que aos berros) e está dando lugar para um outro, com características mais humanas, com atitudes de bom senso, pelo bem da humanidade, e não olhando somente para o próprio umbigo.
O que esperamos agora é que esse novo líder dê novo exemplo ao mundo, provando que é possível, sim, adotar uma política mais empática e amistosa, sem perder a importância e sem deixar de lado o crescimento econômico e, principalmente, o crescimento do bem-estar de todos – e não só de alguns.
Analisando as nossas eleições para prefeitos e vereadores, notamos também uma mudança importante, com os extremos se dando mal, abrindo espaço para moderados. Mais uma demonstração de que a polarização e a postura de confrontamento vêm cansando as pessoas, que parecem estar buscando mais paz e entendimento.
Você deve estar se perguntando o porquê dessa abordagem desse colunista de marketing. Este não seria um texto para estar em jornais de interesse geral? Eu vou chegar lá… Eu acho que todos nós, como cidadãos, mas também como profissionais de marketing, deveríamos estar muito atentos a esses novos sinais.
Estarão nossas empresas e instituições preparadas para jogar um jogo onde deverá prevalecer o respeito e a empatia? Consumidores mais atentos cobrarão das empresas uma postura mais alinhada a esses princípios, que ficaram um tanto quanto escamoteados por manifestações de líderes que insistiam em atuar em outra direção, não dando a mínima pelo respeito às diferenças, ao bem comum e à ética.
Seria como se os líderes empresariais bradassem: “Danem-se vocês! Eu vou fazer o resultado da minha empresa a qualquer custo!”. Mas o mundo parece mudar agora. Na verdade, parece retomar um caminho que já vinha sendo trilhado pela humanidade, mas que acabou tendo um hiato, provocado por esses trogloditas que tomaram o poder.
Devemos nos encher de esperança, mas também de responsabilidade. Nesse novo ambiente que se avizinha, marcas, empresas e instituições terão de estar muito mais atentas às suas atitudes.
Depois de passar por uma das piores provações da história, procurando sair de uma pandemia sem precedentes, devemos todos estar imbuídos de um novo espírito, focado no respeito, na empatia e no bem de todos e não só o nosso.
Depois de um período das trevas, parece que temos a chance de um renascimento. Sem pieguice, eu estou convencido que, sim, nós podemos retomar a construção de um mundo melhor.