O volume das vendas no varejo registrou queda de 2,2% no primeiro semestre de 2015,  fato que não ocorria desde o segundo semestre de 2003, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estastística).

Segundo o levantamento, as principais influências negativas na formação do resultado global vieram dos mercados de móveis e eletrodomésticos, que tiveram  um recuo de 3,3% no segundo semestre de 2014 para 11,3% no primeiro semestre de 2015, além de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que saíram de uma queda de 0,7%, ano passado, para 1,8%, neste ano. Os resultados foram pressionados tanto pela redução e encarecimento da oferta de crédito, quanto pela da redução da massa real habitual de salários, observada ao longo do ano de 2015.

Em relação ao varejo ampliado, após registrar recuo de 3,3% no segundo semestre de 2014, a taxa do indicador semestral assinala um aumento no ritmo de queda no primeiro semestre de 2015 (-6,4%), influenciado principalmente pela desaceleração das vendas observadas no segmento de veículos, motos, partes e peças, que passa de uma redução de 10,7% para 15,6% entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015.

A IBGE também divulgou a comparação mensal. Em junho, o comércio varejista registrou variação de -0,4% no volume de vendas frente a maio, quinta taxa negativa consecutiva. Nessa base de comparação, a maioria das atividades mostrou queda, com destaque para veículos e motos, partes e peças (-2,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,5%); móveis e eletrodomésticos (-1,2%); tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), além de combustíveis e lubrificantes (-0,6%).Entre os poucos segmentos que viram suas vendas aumentarem estão artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%) e material de construção (5,5%).  

O instituto também comparou os números de junho de 2015 com os do mesmo mês do ano passado, os resultados negativos também prevaleceram. Bebidas e fumo, por exemplo, recuaram 2,7%, tecidos, vestuário e calçados, 4,6% e combustíveis e lubrificantes (-1,0%). Na contramão, assim como registrado na análise mensal, cresceram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (7,9%). Depois das vendas de móveis e eletrodomésticos, o que mais caiu foi o resultado de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que mostrou recuo de 2,7%.