Acordei pensando no desafio de escrever um texto sobre propaganda. Aliás, no desafio de escrever um texto sobre propaganda sem que as pessoas passem batido por ele, assim como eu mesmo fiz, algumas vezes.
Difícil, pois exige respostas que eu não tenho. O que tenho é a minha opinião para questões como: Por que KondZilla é o 4º maior canal do YouTube no mundo? Seríamos vítimas do algoritmo, que nos faz ouvir a música e assistir suas produções? A minha opinião é não.
Se você parar para pensar, vai ver que KondZilla e muitos outros videomakers vêm achando novos caminhos para a propaganda. Sim, novos caminhos, novas estratégias. Mas não é por acaso que agências e marcas, tal como Natura, Itaú, Skol, Mercedes-Benz, McDonald’s e muitas outras começaram a se aproximar de outros públicos que não fossem apenas A e B, por exemplo. Aliás, um parêntese: se os gêneros mudaram, e hoje estamos abertos a todos eles, talvez não esteja na hora também de repensar um novo nome para definir as ‘classes sociais’ em mais do que ricos ou pobres, por exemplo?
Voltemos à programação normal.
A verdade é que as marcas passaram grande parte do tempo tentando vender para as classes A e B, e se esqueceram que as outras também possuem um potencial enorme, talvez até maior, formando um grande contingente de pessoas: a massa.
É provável que muitos dos que estão lendo esse texto, já tenham ido à uma comunidade, seja para curtir um baile funk, conhecer e turistar ou, até mesmo, trabalhar. A população das favelas do Brasil, por exemplo, chega a ser maior que de algumas cidades do mundo, e essas pessoas trabalham, geram dinheiro e querem comprar algo para comer, beber, andar e passear. Essas pessoas também estão procurando e criando algo. Pode ser no Stories do celular, no Facebook, no YouTube ou na TV. E se sua marca não estiver lá, elas vão consumir ou desejar outra.
Foi com esse pensamento que nasceu a Corazon Filmes, produtora da qual virei sócio há pouco. Tentando atualizar o bom, buscar diretores novos, com diferentes olhares e novos talentos. Tentando fazer diferente e, agora, tentando fazer esse conteúdo que todo mundo fala, porém, sem correr atrás de uma fórmula. Porque as fórmulas ficam velhas cada vez mais rápido e as novas gerações engolem o que não é novidade.
Evidentemente, que não estou aqui para ensinar a receita a ninguém, até porque acredito que não exista uma receita certa. O que temos no horizonte são alguns formatos, e ainda estamos nos adaptando.
Quem vai andar na frente? Outra pergunta em busca de respostas. Desculpem, mas vou ficar devendo de novo. Tenho só uma opinião, e ela diz que se sobressairá a marca que tiver mais “lovers” do que “haters”. Nasci e cresci ouvindo que eu era da geração Coca-Cola, e achava isso legal pra caramba! Fui consumidor fiel da marca por 30 anos. Hoje, não consumo mais, mas continuo achando o logo lindo.
Seria certo estudar publicidade e propaganda para trabalhar na nossa área ou ser como a Ambev, maior empresa do mundo, e contratar um advogado para o Marketing? Perguntas, perguntas e perguntas.
Continuarei procurando por respostas. E se você chegou até aqui, já sei que encontrei uma delas: evitar que você passasse batido por mais um texto.