O vice-presidente eleito para a próxima gestão do Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ) Marcelo Santos, da Percepptiva, renunciou ao cargo na última sexta-feira (25). A renúncia, segundo fontes do mercado, seria por um descontentamento com os desdobramentos da polêmica que se formou após o resultado da eleição e também por discordâncias com a postura do novo presidente da entidade, Tadeu Vieira (I9). O presidente eleito do CCRJ ainda não divulgou quem substituirá Santos no cargo.
Ainda na última sexta-feira, Vieira informou que soltaria um comunicado oficial com detalhes de seus projetos e nomes da diretoria, mas isto não aconteceu, segundo ele, por conta de “coisas gravíssimas, ameaças” que estavam sendo feitas a profissionais da sua diretoria. Neste mesmo dia, ele teve um encontro com Gustavo Bastos e Ronaldo Conde, da 11|21, que estão dispostos a participar do Conselho do CCRJ e esperam trazer outros nomes do mercado para aproveitar a discussão que se formou em torno da eleição e revertê-la em algo positivo para o Clube.
A intenção, segundo Gustavo, é de que seja realizada ainda hoje uma reunião com diretores de criação de agências cariocas para discutir o futuro do CCRJ. “Agora é aproveitar a bola levantada por esta eleição surpreendente e mudar, melhorar, dar ambiente para que esta diretoria mostre que mereceu ganhar e dar ao CCRJ novamente a exposição que ele merece com a ajuda de quem puder e quiser ajudar. Se a gente puder de alguma forma colaborar com isso, melhor. Todo mundo sai ganhando. E é isso que a gente quer, no final das contas”, diz.
O diretor de criação da 11|21 informa ainda que a reunião acontecerá sem o presidente eleito. “Até porque ele ainda não tomou posse. Mas a idéia é talvez sair dali com um conselho formado, se a maioria for de acordo, e algumas diretrizes para a nova diretoria. Assim, a nova diretoria ganha mais representatividade e o clube se fortalece”, explica, acrescentando que a “não presença” dele é apenas para que as pessoas fiquem mais a vontade para discutir temas como mudanças de estatuto para as próximas eleições, entre outros. “Mas a chapa do Tadeu está sabendo da reunião e da intenção e apóia a iniciativa. Eles que nos procuraram, quando souberam da idéia de ter um conselho para fazer esta ‘ponte’ com nomes representativos do mercado”, esclarece.
Gustavo ressalta que a nova diretoria venceu seguindo as regras e é legítima. “Qualquer movimento para ‘melar’ a eleição só vai enfraquecer mais o mercado e o CCRJ. Democracia é isso aí. Se as regras são erradas, elas são erradas há tempos e outros candidatos já venceram por estas mesmas regras”, fala. Ele acrescenta que todos sabem que estas regras devem ser alteradas. “Não agora para embaralhar e piorar a crise, mas para o futuro. E o grupo vai levantar certamente outras idéias para mudanças e melhorias. E a chapa vencedora com certeza tem muitas idéias também”, conclui.
Por Teresa Levin
