Luciana Resende, vice-presidente de marketing da Visa para América Latina e Caribe: “A redes das redes” (Divulgação)

Engana-se quem pensa que Visa é só cartão de crédito. A empresa conecta 3,6 bilhões de credenciais com 70 milhões de estabelecimentos. É a principal rede do comércio mundial, com aporte de US$ 9 bilhões nos últimos cinco anos. Conheça a Visa é a campanha que mostra o que as pessoas não percebem. Segurança e inovação embasam o trabalho, que contribui para o progresso do empreendedorismo em 200 países. A seguir, Luciana Resende, vice-presidente de marketing da Visa para América Latina e Caribe, conta mais sobre “a rede das redes”.

O que é a Visa?
Visa estava ficando defasada. Agora, a marca chega ao que a companhia realmente é. Visa é uma empresa de tecnologia, que conecta 3,6 bilhões de credenciais com 70 milhões de comércios. Nos últimos cinco anos, investimos US$ 9 bilhões na nossa rede. Só que, ao longo dos anos, as pessoas passaram a relacionar a marca ao cartão. Também estamos por trás da transação do cartão, mas a Visa nem é a que dá o crédito. Isso é operado pelas emissoras. O que a Visa faz é harmonizar e dirigir o ecossistema de redes. A rede da Visa sustenta o próprio avanço do movimento das fintechs, por exemplo. Não é fácil construir essas conexões. A nossa tecnologia está em praticamente qualquer transação internacional e local. Queremos mostrar também a segurança das transações com cybersource. Essa rede que conecta todo mundo com todo mundo permite o desenvolvimento e a infraestrutura por trás do comércio.

Qual é a abrangência de atuação?
Fazemos, por exemplo, a tecnologia para aceitar cartões sem contato no metrô, e sabemos que isso tem uma importância para melhoria da experiência, para ser mais higiênica e rápida no momento em que as pessoas começam a usá-la mais. Uma vez, um executivo descreveu a Visa como o ar porque estamos por trás de todos os aspectos do comércio, conectando credenciais. Uma startup não tem toda a infraestrutura para entrar. A Visa oferece tecnologia para que consigam incorporar sua solução e entrar no comércio. Por meio da nossa empresa, a Cybersource, por exemplo, oferecemos produtos de segurança para dezenas de camadas, fazendo, muitas vezes, o processo de comparar transações. Essa empresa presta serviço para marcas do comércio, trazendo segurança em transações com qualquer cartão. Uma das características mais importantes, construída ao longo de muitos anos, é justamente o nível de segurança que a gente opera, a confiabilidade, que é o foco da companhia.

Acredita que a percepção do mercado vai mudar?
Convidamos as pessoas para conhecerem a Visa a partir de uma nova perspectiva. Com a proximidade de fintechs e
marketplaces, houve uma expansão em pequenos negócios. Esse tem sido um grande trabalho no Brasil desde antes da Covid-19, em um esforço de educação. Usamos a nossa força de marketing para oferecer os nossos serviços e conectar os pequenos negócios às fintechs que poderão ajudá-los. São parceiros que estão em um momento de ebulição. Ajudamos os microempreendedores a entrarem no comércio, na nossa rede. São pessoas que se viram, do dia para a noite, tendo de entrar no digital. Quanto mais empresas e pessoas a gente puder conectar nesse ecossistema, mais robusto ele fica, e todo mundo ganha. Costumamos falar que somos a rede das redes porque fornecemos arquitetura para que os negócios floresçam. Sozinhos, eles não têm condições de estabelecer pagamentos e todo o fluxo de dinheiro. As fintechs são nossas aliadas. O que temos de fazer é simplificar as formas de conexão.

Como fica a relação com as maquininhas de pagamentos?
O negócio da Visa é conectar quem quer comprar com quem quer vender de uma maneira confiável. As maquininhas de pagamentos também são parceiras. Não é uma maquininha da Visa, é a maquininha dos chamados adquirentes, e até QR code. Para a Visa, são terminalizações, maneiras com as quais as pessoas podem usar as suas credenciais sem um cartão, sem um relógio, sem um telefone, para se conectar na rede da Visa. Queremos oferecer a possibilidade de qualquer um poder terminalizar, mas não queremos ser confusos para o consumidor. A ideia é que ele saiba quando está fazendo uma transação por meio da rede Visa ou Pix, para fazer escolhas adequadas. Somos uma rede aberta e queremos que as pessoas se conectem. Nos últimos anos, o cenário mudou muito, e as fintechs estão entre as nossas principais aliadas porque abrem o mercado. A terminalização inovadora veio dos parceiros. E os comércios aceitando dinheiro digital, aumentam as vendas, muitas vezes, porque a pessoa não tem dinheiro. Já medimos isso. As pessoas precisam limitar as compras considerando o dinheiro que elas têm no bolso naquele momento. Obviamente, a gente não quer que ninguém gaste mais do que precisa. Mas queremos que a pessoa que queira gastar ou investir dinheiro possa fazê-lo da maneira mais conveniente e segura possível. Por meio de aplicativo no celular, por exemplo, é possível aceitar cartão por aproximação. Temos uma comunicação dedicada a explicar isso, como Visa transforma o celular num negócio.

Dinheiro ainda é a principal escolha do brasileiro para pagar contas?
Ainda existe muito dinheiro circulando. Cerca de 70% das transações ainda são em dinheiro. Quanto mais baixa a transação, mais dinheiro tem. Até nos Estados Unidos, em compras de menos de dez dólares, metade das transações ainda são em dinheiro. A pessoa vai à feira, e precisa do trocadinho. O mesmo ocorria no táxi antes dos aplicativos. Esse é um grande potencial. Não estamos nesse mercado para competir com os outros e sim para fazê-lo crescer porque ainda tem muito a ser feito. Quando o dinheiro circula eletronicamente, há mais controle de gastos por parte das pessoas. Tem também um fator higiênico que é preciso considerar neste momento de crise sanitária.

Qual é a principal contribuição?
Queremos mostrar que, com Visa, o dinheiro das pessoas vale mais. Sabemos que muitos preferem comprar com dinheiro porque podem barganhar. Mas nós temos um poder de barganha muito maior porque conseguimos conectar muita gente e negociar em nome do consumidor para gerar economia. É isso que o consumidor tem em Vai de Visa. Somos nós, negociando para o consumidor. Em setembro, no aniversário da plataforma, entramos com ofertas e prêmios, além de descontos em planos de saúde, educação, busca de emprego e plano de dados, entre outros. Negociamos ainda serviços de necessidades básicas, que é parte da ideia de como podemos ajudar as pessoas a prosperarem. Fazer com que o dinheiro valha mais quando usam as nossas credenciais é uma forma de ajudá-las a progredir. Outra ajuda vem de ações sociais. Há três anos, escolhemos uma doação para cada transação, e já conseguimos prestar ajudas significativas. É a nossa missão, o propósito de conectar o comércio para ajudar na evolução das pessoas, negócios e economias.

Como é a atual campanha da marca?
Temos a campanha Conheça a Visa, criada pela agência global de criação da marca, a Wieden+Kennedy, que é a maior. E há três filmes mais curtos tangibilizando o que é a rede que trabalha para todo mundo e em todo lugar. Tem um que explica como a Visa conecta quem quer comprar com quem quer vender; outro que mostra como a Visa está por trás do que a gente chama de big economy, a economia dos independentes, como motorista do Uber, a pessoa que entrega Rappi etc., e como a gente ajuda para que os pagamentos sejam instantâneos; e o terceiro explica como transformar o celular em negócio.

Quais serão os desdobramentos?
O plano é ir trazendo essa ideia da rede ao longo do tempo. O Vai de Visa é uma maneira. No futuro, vamos trazer casos reais para trabalhar cada vez mais o acesso que damos à economia mundial. Deve demorar porque, imagina que a marca está há muito tempo na cabeça das pessoas relacionada ao cartão de crédito. Ainda vamos continuar falando nesse reposicionamento por muitos anos. Tem também a mudança de marca, de identidade, que evidencia a transição. Estamos modernizando a Visa para que possa ser vista como uma marca de tecnologia digital. É a marca tentando chegar onde, na verdade, ela já está. O foco é na diversidade da rede e das pessoas. O convite é para que repensem. Temos novas cores, fonte proprietária, exclusivamente desenhada para ser bem clara e legível no digital. O símbolo das duas barrinhas, que normalmente estavam em cima e embaixo da Visa, agora lembra um sinal de igualdade, para mostrar que a marca tem o propósito de gerar oportunidades e acesso iguais a todos. Com o tempo, queremos que essas duas barras expressem inclusão, diversidade e igualdade.

Como o novo posicionamento foi encarado internamente?
O propósito e a missão de incluir e ajudar as pessoas a prosperarem ganhou ainda mais importância internamente. Os vídeos da campanha são os mais assistidos da história. Todos querem participar. Tivemos até a formação de um grupo, nomeado de embaixadores do propósito. Para cada iniciativa, buscamos um ângulo sobre como isso pode ajudar as pessoas. A campanha cristaliza essa intenção que já existe dentro da companhia, dando mais significado para o trabalho de cada um.

É otimista com os rumos do país?
O Brasil sempre tem momentos apreensivos. Mas as pessoas são resilientes e criativas. Toda essa explosão de criatividade aplicada ao setor financeiro, das fintechs, não existia antes. Vemos capital externo investindo nessas ideias. Tem um lado muito positivo de inclusão das pessoas menos bancarizadas. As pessoas estão ficando mais independentes e donas do próprio destino. Antes, existia uma dependência maior.