O presidente da NewcommHoldings, Roberto Justus, vai estar à vontade no papel de headhunter na TV, afinal, como executivo de agência e agora no grupo que comanda a Young & Rubicam, Wunderman e Dez Brasil, está sempre contratando profissionais para cargos executivos de confiança. Na TV, dará a palavra final para identificar o vencedor do programa inspirado no americano “The Apprentice”, cujo âncora é o mega-empresário Donald Trump. Na versão brasileira, Justus vai conviver durante 15 semanas com 16 candidatos ao prêmio máximo que é um cargo gerencial na operadora de telefonia móvel Vivo durante um ano e salário de R$ 250 mil no período. Caso o vencedor tenha bom desempenho, pode permanecer na empresa após o contrato inicial. A Vivo será a única patrocinadora do programa, mas estão sendo comercializadas cotas de merchandising, top de cinco segundos, apoios e espaços nos breaks para anunciantes avulsos. O orçamento para a segunda fase do original americano é de US$ 50 milhões, mas Walter Zagari, diretor comercial da TV Record, optou por não revelar o budget local. As gravações serão feitas em um hotel em São Paulo e em uma sala na sede da Vivo, também na capital paulista. Apesar de ser um reality show, não será ao vivo. “Tudo será gravado e editado com cuidado. Vamos aproveitar apenas os melhores momentos”, disse Justus, acrescentando que não vai fazer uma preparação especial para comandar a atração que estréia no dia 22 de novembro às 22h15, sempre às terças e quintas-feiras com uma hora de duração. “Tive uma experiência como ator na peça “Heresia irmãos”, ao lado dos empresários Roberto Lima, presidente do Credicard, Sérgio de Nadai, da Alimentos de Nadai, e Yara Baugarten, mas era algo beneficente e com uma proposta única. Nesse caso, não vou interpretar, vou ser eu mesmo”, argumenta Justus. O nome do presidente da NewcommHoldings foi definido após pesquisa qualitativa realizada pela Record com cinco grupos de debates diferentes. “Só podia ser o Justus. Não tinha outro nome. Se não fosse ele, talvez não realizássemos esse projeto”, frisou Zagari. “Além de ser conhecido no ambiente empresarial, sou uma pessoa que o público reconhece. Acho que isso facilita”, observou Justus. Houve uma exigência para a cota master. O anunciante deveria ser da carteira de clientes da Y&R ou da Dez Brasil. A Vivo foi definida em menos de três horas de reunião entre Zagari e Hugo Janeba, diretor de publicidade da operadora. A Vivo vai receber inscrições para o projeto através dos seu site (www.vivo.com.br) e por linha celular especial. “Não poderia criar nenhum problema isntitucional com a decisão de fazer o programa”, ponderou Justus, que comanda negócios que movimentam cerca de R$ 1 bilhão por ano. A Vivo também vai aproveitar as oportunidades para fazer campanhas relacionadas ao programa. E um país com índices de desempregos verticais, que costuma atrair multidões para vagas de garis, o interesse pelo prêmio de R$ 250 mil deve ser maior do que os 300 mil candidatos que prospectaram uma no americano “The Apprentice”. Os cortes, até chegar aos 16 nomes, serão feitos em parceria com a área de recursos humanos da Vivo, dirigida por Sandra Lima, e da TV Record, dirigida por Sandra Cosme. Quando o programa começar, Justus passa a ser o único juiz. “O público não vota, eu decido”, brinca. Para Justus o programa será um sucesso. “Os integrantes recebem tarefas e precisam executá-las com qualidade. Nos EUA uns saem para vender limonada na rua e outros desenvolvem uma campanha publicitária. Aqui vamos diferenciar porque o People&Arts está exibindo a primeira versão. Mas vamos ser criativos nas pautas”, enfatizou Justus. A Record já é cliente da Discovery Networks em conteúdos que vão para programas como “Domingo espetacular” e “Repóter Record”, por exemplo. O reality show “O Aprendiz” é a primeira co-produção. “Temos muitas oportunidades”, assegurou Guilhermo Sierra, vice-presidente de programação e produção da Discovery para a América Latina.
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