Na próxima quarta-feira (29) é comemorada a visibilidade trans. Como parte das iniciativas do mês, a Haus, que engloba as empresas W3haus, Huia, Hopo, Brooke e Now3, tem feito ações como comunicações internas e externas, roda de conversa e assinatura de carta de compromisso com a consultoria Transcendemos.
A iniciativa começou por duas funcionárias (Monique Rodrigues e Yggy Escobar), que se reconhecem como travesti e mulher trans, respectivamente. As trocas foram acolhidas pela empresa.
O projeto #VisãoT tem entre suas ações um artigo que a Monique e a Yggy assinaram sobre o que as marcas podem fazer para transformar sua relação com as pessoas T, como incluir pessoas trans e travestis nas equipes, no casting, na criação e na produção das campanhas publicitárias.
Cartazes sobre boas práticas de conduta com a população T também foram espalhados pelas sedes da W3haus em São Paulo e em Porto Alegre. Frases como “nos olhe com naturalidade” e “busque informação com pessoas T” são algumas mensagens.
Na segunda (27), Monique e Yggy conversaram com Gabriela Augusto, que se considera mulher trans e é fundadora da consultoria Transcendemos.
O debate tratou de como as agências e as empresas da economia criativa estão se mostrando como um campo fértil de trabalho para a população T. O evento aconteceu em São Paulo e foi transmitido ao vivo para as equipes em Porto Alegre.
“É preciso quebrar estereótipos. Travesti sempre foi um termo marginalizado. Alguém que você não vê de dia, numa empresa. Isso precisa mudar. A gente está conseguindo recriar novos espaços e as agências estão se mostrando lugares férteis para a gente crescer”, disse Monique. “Quando uma pessoa cisgênera aprende a usar os privilégios que tem para ouvir e ajudar as pessoas trans, facilita muito a nossa vida, porque há muitas pessoas trans com garra e com vontade de aprender”, completou Yggy.
Ao final do evento, Tiago Ritter, cofundador da Haus e CEO da W3haus, Larissa Magrisso, sócia e VP de criação e conteúdo da W3haus, e Gabriela assinaram uma carta de compromisso. O documento certifica a Haus como “empresa de respeito” pela Transcendemos.
O acordo é o primeiro passo para que as empresas sejam reconhecidas pela consultoria por disponibilizar ambientes onde todas as pessoas sejam respeitadas, independente de gênero, orientação sexual, deficiência ou outra característica.
O próximo passo é fazer uma imersão na holding e analisar três pilares: conscientização e treinamento; igualdade de oportunidades e comunicação inclusiva. Ao final do processo, será entregue um relatório à Haus.
Gabriela destaca a necessidade de uma postura ativa em relação à população trans. “A empresa precisa oferecer uma cultura que seja de acolhimento, além de pensar em mecanismos para que se desenvolvam e sejam promovidas.”